Vou ter um filho!
Assim que encontre um parceiro que não me trate como uma máquina parideira, que não tem, sequer, o direito a sair com as amigas.
E que as maternidades não fechem aos fins de semana, em modo lotaria.
E o direito à amamentação deixe de ser posto em causa.
E haja garantia que tenha uma creche onde meter a criança.
E escolas públicas onde se aprenda mais do que "a defesa da família e dos valores tradicionais".
E a combinação do meu ordenado com o do pai da criança seja maior ou igual às despesas básicas da vida.
E o planeta não esteja a ponto de entrar em mais um evento de extinção em massa.
Mas, mais importante que tudo, assim que mude de opinião.
Porque eu nunca quis ser mãe e não me parece que vá ser agora que vou querer.
E quem acha que é meu dever enquanto mulher, que me explique onde é que isso está escrito. Sem nomear livros de ficção ou religião escritos por homens, claro.
