Votar para quê?
Ouvi, há dias, dizer na rádio que os votos de certas localidades do interior nem sequer contam para eleger ninguém e fiquei, apropriadamente, deprimida.
(Leia-se com vontade de estampar parar o carro, vender todos os meus bens, mudar-me para uma barraca no meio da floresta sem acesso à Internet, e nuncar mais colocar os pés num local de voto.)
Ah, o que eu gostava de ser uma daquelas pessoas que dizem "não ligar a política"...
Acontece que política é tudo o que nos rodeia; se estão, neste momento, a ler este texto no telemóvel, na vossa hora de almoço, ou no sofá depois de "despegarem" do serviço, é porque existem leis que exigem, por exemplo, que o vosso dia de trabalho seja de apenas oito horas, com uma hora de pausa, e outras que garantem que eu tenha o direito de exprimir a minha opinião sobre os populistas que atiram "o problema da imigração" para os olhos do povo enquanto lhes tentam tirar direitos fundamentais pelas costas.
Se o sistema de voto utilizado em Portugal (e um pouco por todo o mundo) será o mais justo, haverá quem o saiba (contra)argumentar melhor do que eu, mas a democracia continua a ser, indubitavelmente, o sistema de governo que melhor garante que todos tenham a sua voz ouvida e não pode ser separada do direito ao voto.
Portanto, diria eu, votar continua a ser, vá, fundamentalzinho. E, nas próximas eleições, eu vou votar, o que é que há-de fazer...