Sobre (In)Ação
Não são os sacos com embalagens de plástico, papel e vidro que eu levo para o Ecoponto todas as semanas que vão inverter as alterações climáticas, eu sei disso. Mas este meu esforço de há décadas não é em vão, porque, pelo menos, garanto que aquele plástico não vai passar centenas de anos a decompor-se num aterro e aquele vidro e papel serão reutilizados.
Pela mesma ordem de razões, e sempre que posso, faço pequenas doações a instituições (como a UNICEF) que ajudam pessoas, e em especial crianças, em situação de guerra. Aqueles dez ou vinte euros podem não garantir a sobrevivência de ninguém, mas podem ser a diferença entre um dia mau e um dia mau com uma refeição quente.
Agora, sabendo que os donativos em dinheiro não estão ao alcance de todos - até porque temos uma porção significativa da população a viver em pobreza, ou no seu limiar - deixo algumas sugestões para quem queira tentar fazer alguma diferença na vida destas pessoas:
- o simples ato de partilhar formas (fidedignas) de ajudar garante que as iniciativas tenham um maior alcance;
- o "jogo" Free Rice, do World Food Programme das Nações Unidas, que permite doar grãos de arroz por cada x respostas certas;
- exigir ação da parte do nosso governo, enquanto estado soberano e membro da União Europeia, participando em manifestações, protestos, abaixo-assinados, ou outros movimentos, que possam ter efeitos na escalada dos conflitos;
- procurar informação credível sobre as situações políticas por detrás das guerras (por exemplo, seguindo diferentes agências/fontes de notícias nacionais e internacionais nas redes sociais) e partilhá-la, seja com os "amigos" do Facebook, no grupo de Whatsapp da família, ou com um colega de trabalho na pausa do café.
É humano o sentimento de impotência que segue as reportagens diárias de morte e destruição, mas a decisão de como lidar com ele é sempre nossa.