Sobre Cross-Selling no Supermercado, ou Talvez Não
Encontrei preservativos à venda no corredor dos vinhos, o que achei tão criativo como conveniente. Os senhores dos supermercados sabem que não só nos dá uma larica por chocolates, enquanto aguardamos na fila para a caixa, como que ninguém tem tempo de ir à máquina da Control quando vai receber uma "visita" em casa.
E uma boa oportunidade de negócio não é para descartar.
Depois lembrei-me que esta técnica de marketing é conhecida por todas as áreas de negócio e que agora se vendem raspadinhas ao balcão dos CTT; que os reformados podem gastar os poucos tostões que vão levantar depois do dia 8 de cada mês, ali mesmo. Conveniente, não?
E nem falemos da publicidade aos jogos online que agora é permitida - com a devida resalva de que desde que não haja "incitação ao jogo" e os reclames passem na televisão fora de horas - como se o problema maior não fosse mesmo o vício entre adultos e não entre crianças.
Poucos serão os que, neste momento, não consigam nomear, pelo menos, duas ou três dessas "plataformas de jogo," pela simples razão de que somos todos bombardeados, diariamente, por anúncios que prometem dinheiro fácil a ritmos impossíveis.
Só depois do estrago feito se imposeram regras à publicitação de marcas de tabaco - e, sim, as tabaqueiras sabiam do sério efeito aditivo da nicotina, desde cedo - e temo que o mesmo se vá passar com o jogo; que o problema - que já existe - se agrave demasiado e que as soluções pequem por tardias e insuficientes.