Sobre Bola
Eu não faço discriminação; tanto o futebol masculino como o feminino me passam completamente ao lado.*
Se há uns anos atrás assistia aos jogos da seleção masculina (ainda tenho o Euro 2004 atravessado na garganta), agora o stress é demasiado para conseguir fazer mais do que ter a partida a passar na televisão enquanto trato do jantar ou mesmo limitar-me a consultar o resultado no Sapo.
Mas tenho gostado muito de ver o destaque que se tem dado às equipas e jogadoras da Liga BPI.
Ainda estamos muito longe de poder equiparar estes jogos aos clássicos do desporto, mas tem de se começar por algum lado, e garantir que as meninas que o queiram fazer se sintam à vontade para jogar à bola nos intervalos da escola é, definitivamente, um excelente começo.
Sim, porque sempre houve raparigas com vontade de participar nas partidas improvisadas nos recreios, com bolas meio-cheias e balizas marcadas por mochilas no chão, e, pasme-se, sempre houve rapazes que preferiam não jogar e que, ainda assim, jogavam porque se sentiam pressionados a fazê-lo.
Agora, se esta minha confissão me trouxer dissabores, numa nação que sustém a respiração em uníssono sempre que o esférico chega à grande área nos pés do Ronaldo, é um risco que estou disposta a correr.
*tanto quanto é possível num país cujos noticiários dão tanto destaque à modalidade