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Em Letras Pequeninas

Podem tirar a rapariga da farmácia, mas não podem tirar a farmácia da rapariga. Salvo seja…

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21 de Outubro, 2024

Quem Me Dera Ser Bactéria

Inês R.

Passar os meses - ou minutos - da minha vida abençoadamente ignorante da minha própria existência e sem responsabilidades de maior.

Bastar-me-ia ser uma bactéria comum, um coco, um bacilo; nunca tive pretenções de ser melhor que ninguém e nunca aspiraria a ser super-bactéria. 

Se o ponto alto da minha existência fosse ser recolhida de um iogurte para ser observada ao microscópio por miúdos de 15 anos num laboratório de Biologia, então, morreria uma bactéria feliz.

E a vida numa comunidade silenciosa sempre me pareceu muito bem. Partilhar casa com alguns milhões de outros seres unicelulares iguaizinhos a mim, com a mesma completa ausência de emoções e o mesmo estilo de pentear os pilis e os flagelos, seria a minha versão de Céu aqui na Terra.

Não ter contas para pagar, nem chatices no trabalho para resolver, nem ter de assistir à degradação da empatia humana no mundo digital e do resto todo no mundo real. Essencialmente, não ter de lidar com pessoas.

A não ser para lhes causar uma ou outra infeçãozinha aqui e ali, claro.

Ah, quem me dera ser bactéria...

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