Pára-Corações
Os putos da série Heartstopper levaram 3 temporadas a ir para a cama, mas andam a "dar-lhe" desde o primeiro episódio.
E, com isto, quero dizer que os enredos se centraram na importância da saúde mental e na aceitação da sexualidade de cada uma das personagens, logo desde o início da história, e fizeram-no com o cuidado e determinação que os assuntos exigiam.
A série é baseada na novela gráfica de Alice Oseman, que é também a sua criadora e guionista, e incorpora pequenas animações ao estilo da autora que complementam as cenas de uma forma que pode parecer condescendente, ou mesmo infantil, mas que resulta muito bem em contraponto com os temas pesados que abordam.
Há primeiros beijos e saídas à noite e declarações fofas entre adolescentes inseguros e pouco eloquentes, mas também há pais ausentes e anorexia nervosa e uma rapariga trans humilhada em público e a distinta sensação de que não estamos, simplesmente, a consumir propaganda.
Não vai mudar o mundo da ficção como o conhecemos, nem irá para a minha Lista, para ser revista uma e outra vez - até porque não sou o seu público alvo. Será, sim, reconhecida como uma série que marcou os jovens do seu tempo e, se a única falha que se lhe pode apontar é a de ser levemente embaraçosa, julgo que todo o sucesso internacional a vai ajudar a lidar bem com isso.