Os Problemas da Pornografia
Até me podia estar a referir aos guiões fraquinhos ou à falta de qualidade dos atores, mas a questão vai mais além de um diálogo forçado entre uma madrasta boazona e o seu enteado atrevido que se divertem na piscina, enquanto o velho ressona no quarto do casal.
Muito mais além, aliás.
Logo à cabeça, temos o problema da falta de regulamentação. Um assunto muito pouco sexy, eu sei, mas necessário.
Desde a exploração de menores às condições de trabalho humilhantes, ou mesmo perigosas, que milhares destes atores têm de suportar – porque se a procura é enorme, a oferta é ainda maior, – há muito pouco glamour nos bastidores na indústria do sexo.
E com a quantidade de dinheiro que este negócio gera, seria de esperar que os governos de todo o mundo quisessem arrecadar a sua parte, mas parece que ainda é tabu falar abertamente de s-e-x-o.
É claro que a pornografia tem as suas especificidadezinhas; em mais nenhuma área profissional lhe vai ser pedido um teste mensal às DST’s, mas eu diria que esse é um pequeno preço a pagar por um bem maior.
Se o sexo é consentido, e entre adultos, porque não partilhá-lo com milhões de estranhos (maiores de idade e alguns adolescentes precoces) por essa Internet fora?
Mas, infelizmente, outro problema premente na indústria do sexo é o tráfico de seres humanos, o que significa - podemos argumentar - que legitimá-la serve apenas para permitir que estas atrocidades continuem a acontecer.
Se trago soluções? Não. Mas venho, pelo menos, tentar deixar um ou dois leitores a pensar no assunto com uma maior abertura. (Da mente! Não sejam maldosos)
Imagem: By מתניה - Own work, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=10884029