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Em Letras Pequeninas

Podem tirar a rapariga da farmácia, mas não podem tirar a farmácia da rapariga. Salvo seja…

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Podem tirar a rapariga da farmácia, mas não podem tirar a farmácia da rapariga. Salvo seja…

05 de Junho, 2023

Operação Plástico

Inês R.

Há um par de anos que faço por levar para o supermercado os meus saquinhos reutilizáveis para colocar a fruta e os vegetais que compro.

Não o faço pelas palmadinhas nas costas, mas porque sei que muitos daqueles sacos de plástico fininhos acabam no lixo comum - até porque têm tendência a encravar as máquinas de tratamento de resíduos e são, por isso, frequentemente retirados do processo. 

Em todo este tempo, encontrei um total de zero pessoas a fazer o mesmo - se bem que vivo num meio mais pequeno, isto é,  infelizmente, um fato e não uma hipérbole para fins humorísticos.

Mas agora que os sacos de plástico muito leve voltaram à baila, por passarem a ter um custo, todos parecem ter uma opinião sobre o assunto. 

Não quero com isto dizer que concordo com a forma como a mudança está a ser feita - os interesses das empresas são repetidamente colocados acima dos da população, neste tipo de decisões - mas até agora não ouvi uma alternativa que me parecesse viável. 

E se encontrar uma solução recai sobre os supermercados, então, qual será a melhor?

Sacos de papel? Terão de ser resistentes mas não muito caros e depois há todo o problema da sustentabilidade que foi exatamente que nos levou a procurar alternativas em primeiro lugar. (Li, a propósito deste texto, que o papel é ainda menos sustentável que o plástico...)

Plásticos biodegradáveis/compostáveis? Ok, desde que a malta tenha como os descartar de forma correta e tendo em conta que o nosso lixo não-reciclável vai todo para aterros não me parece que fosse trazer grandes benefícios. 

Sacos reutilizáveis a custo zero? Talvez seja a melhor das alternativas, desde que o consumidor, efectivamente, os reutilize. Fazer um único uso de um saco reutilizável não resolve em nada o problema da poluição. E depois há todo o impacto dos custos para os pequenos comerciantes.

Mais uma vez, não acho que deva ser o consumidor a arcar com mais esta despesa, mas temos de ser todos a mudar o nosso comportamento, da mesma forma que o fizemos com os sacos de plástico leve.

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