Onde Estão Agora: Covid-19
ENTREVISTADOR: Bem-vindo, SARS-CoV-2, como está?
COVID: Não me posso queixar. Mas só os meus pais me tratam por SARS-CoV-2. Sou Covid prós amigos.
ENTREVISTADOR: Muito bem, Covid, será, então.
COVID: Daqui a 14 dias, será mesmo. (riso maroto)
ENTREVISTADOR: Ah, bem apanhado. Já vi que tem tido bastante tempo livre para magicar umas graçolas. Será este um possível regresso à ribalta?
COVID: Nã, hoje em dia não se consegue fazer carreira na comédia. Cancelam comediantes por tudo e por nada e um gajo tem de arranjar um emprego que traga alguma estabilidade financeira, nestes tempos de incerteza.
ENTREVISTADOR: Incerteza essa que o Covid ajudou a causar.
COVID: Más línguas. Ouça, a pandemia trouxe montes de coisas positivas, mas a malta gosta de se focar nas coisas menos boas. Os níveis de poluição nunca estiveram tão baixos, não havia trânsito absolutamente nenhum e os introvertidos tinham a desculpa perfeita para evitar contato físico de qualquer tipo. Mas, não, são sempre os milhões de mortes que fazem manchete…
ENTREVISTADOR: Consegue, decerto, perceber porquê, não?
COVID: Claro. Não sou insensível ao sofrimento humano. Apesar de vocês andarem há mais de dois anos a tentar assassinar-me, eu sou um vírus muito empático e acabo por ser a minha maior vitima.
ENTREVISTADOR: Quer elaborar?
COVID: Até elaborava, mas fui aconselhado pelo meu advogado a não dizer nada que me possa incriminar judicialmente.
ENTREVISTADOR: Certo... Então, e planos para o futuro? Algum projeto na manga?
COVID: Não posso divulgar muita coisa, ainda, mas ando em negociações para uma nova tournée outono/inverno e, se deus quiser, ficarei depois em residência permanente com uns espetáculos por aqui e ali.
ENTREVISTADOR: Olha, que bom… para si. Só para terminar, quer deixar alguma mensagem aos seus fãs?
COVID: Que nunca deixem de ser quem são. Digam não às vacinas e às fake-news. E vemo-nos no Facebook!
ENTREVISTADOR: Então, obrigado e… boa sorte?
COVID: Ora essa. Obrigado sou eu!