Oh, Não Era Preciso!
A sério, não era mesmo preciso. Eu sei que é de boa mente e que é um sinal do amor que sentes por mim, mas eu passo bem sem ter de me desfazer dos cadáveres que me deixas todas as manhãs na varanda.
Certo, nunca são mais que ratinhos, gafanhotos, ou o ocasional pássaro, mas não deixa de ser uma chatice – principalmente, se já estou atrasada para o trabalho. E os bichos não te fizeram mal nenhum.
E é por esta ordem de razões, que eu te peço, Pipoca, que abandones a tua vida de crime e te tentes contentar com as tampas de garrafas, enfeites de Natal e fitas de embrulho que passam pelos teus brinquedos (já que aqueles que te comprei te passam completamente ao lado…).
Eu, ainda assim, gosto muito de ti e, a bem da verdade, eu nunca te pedi nada, por isso, vê lá se me fazes este favor.
Obrigadinha, sim!