O Verbo de Schrödinger
"Imprimida."
Foi, exatamente, o que eu disse. Nem mais sujeito, adjetivo, ou verbo auxiliar. E esta simples palavra despoletou, de imediato, um coro de "impressa, queres tu dizer!".
Tendo em conta que não tinha imprimido a folha que tinha na mão, porque a mesma foi impressa por uma colega de trabalho, nenhuma das vozes que se alevantou teve razão.
Chamemos ao meu "imprimida" um verbo de Schrödinger; até eu lhe associar um verbo auxiliar, a conjugação está, simutaneamente, correta e errada.
Depois de umas quantas "explicações" minhas sobre verbos com particípios passados regulares e irregulares, lá alguém recitou a definição que encontrou na Infopédia online:
"imprimir é um verbo com dois particípios passados: um regular - imprimido - e outro irregular - impresso.
O particípio regular é utilizado nos tempos compostos com os verbos auxiliares ter e haver:
– Ele tinha imprimido a folha.
O particípio irregular é usado com os verbos auxiliares ser e estar:
– A folha foi impressa."
Quer-me parecer que a cisma foi, temporariamente, morta, mas não me parece que tenha matado a vontade da malta de continuar a usar a forma irregular em todas as situações.
O que é que se há de fazer...?