Felicidade Extra
“Era uma caixa de Felicidade, se faz favor. Das maiores que tiver.”
Se o dinheiro, efetivamente, comprasse felicidade, era ver a malta em romaria à farmácia para adquirir a sua dose mensal. E, se tivesse que apostar, diria que era vendida em solução, para ser mais facilmente absorvida. Também disponível com sabor a laranja.
Imagino que fosse recomendada a toma de um frasquinho duas a três vezes por dia, ou conforme necessário, e que, rapidamente, ouviríamos falar de casos de dependência e do consequente surgimento de um mercado negro. A procura gera sempre oferta.
Depois de alguns casos mediáticos – envolvendo celebridades, das verdadeiras e das outras – a Felicidade passava de substância controlada a completamente ilegal e, em pouco tempo, destronaria, sua alteza real, a canábis, como a mais consumida do mundo.
Será, por isso, talvez, melhor continuarmos a passar a vida toda em busca da versão menos palpável.