Então, E Este Tempo?
Do alto da confiança que os meus 17 anos me traziam, eu achava que sabia tudo o que havia para saber sobre a vida; relações interpessoais são melhores quando evitadas, boa música era, apenas e só, aquela que eu ouvia, e conversa fiada era a forma mais baixa de comunicação verbal.
Imaginem só se eu ia desperdiçar minutos preciosos do meu tempo a falar do tempo?
Mas, depois, quis a vida que eu passasse a minha atrás dos mais variados balcões durante, pelo menos, oito horas ao dia, e, adivinhem lá, qual foi uma das primeiras lições que eu aprendi: a conversa de conveniência não é só conveniente, é fundamental.
Para começar, é o melhor quebra-gelo do mundo. Não tem nada de controverso (desde que não se apanhe um negacionista das alterações climáticas), é à prova de totós, e não há hipótese nenhuma de correr mal.
Serve para dias quentes, frios, de muita ou pouca chuva, ventosos, estranhos, e, quando tudo isto falha, podemos sempre comentar o “rico tempo que temos tido”.
E ao balcão de uma farmácia, serve ainda para trazer um pouco de normalidade a momentos mais difíceis.
Por tudo isto, o meu conselho é sempre este: na dúvida, falem do tempo.
Imagem: By "Four Seasons - Longbridge Road" by joiseyshowaa is licensed with CC BY-SA 2.0 - https://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.0/, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=101883545