Em defesa dos não-problemas
É Trumpismo 101, como diriam num liceu americano.
Agitar as massas com ameaças que só existem nas cabeças que as inventaram e assim garantir o apoio daqueles que temem a diferença.
Porque um livro usa palavras "gay," porque uma casa de banho não tem um boneco de saia na porta, porque uma pessoa de barba se identifica como ela, porque uma determinada sigla tem demasiadas letras, porque "as crianças!".
Enquanto isso, pela calada, passam medidas que limitam as liberdades das mulheres, dos imigrantes, dos pobres, dos doentes, dos trabalhadores, de todos.
O truque do "olha, ali um passarinho" é usado pela extrema direita, em particular, com o consentimento do mesmo povo que se diz demasiado esperto para acreditar no governo que o quis vacinar.
E se não aceito que os portugueses se deixem levar pelo ódio desta forma - mesmo compreendendo como acontece - fico furiosa com os indivíduos que os ludibriam propositadamente, quais pastores evangélicos que prometem curar todos os males pelo ecrã de televisão a quem lhes mandar mais dinheiro.