Carta Aberta ao Ano de 2023
Caro 2023,
Vou ser muito direta consigo: o seu trabalho está muito, mas muito, facilitado, por isso, veja lá se não faz m*#da.
Pra ser um ano bom, só precisa de não trazer nem uma pandemia nem uma guerra. É só isso. E tem ainda a possibilidade de poder ser o ano em que ambas as maleitas anteriormente mencionadas acabam. Já viu a sua sorte!
Mas já que tenho a sua atenção, há duas ou três coisinhas que gostava que fizesse por mim.
Primeiro, dava-me um jeitão que não houvessem crianças a morrer de fome enquanto o 1% acende os seus charutos com as notas de quinhentos que não doou para a reconstrução de catedrais.
Depois, ia ser mesmo fixe se as decisões mais importantes para o mundo começassem a ser feitas com base na ciência e não em toda a espécie de "feelings que batem bué cá dentro".
E, por fim, peço um aumentozito do meu salário - ou um segundo prémio do Euromilhões, que eu não sou uma pessoa gananciosa - só pra me ir aguentando até conseguir viver da minha escrita.
E pronto. Não precisa realizar todos os pedidos ao mesmo tempo, mas, quer dizer, ainda tem quase doze meses pela frente...
Atenciosamente,
Uma (ainda) sua fã dedicada