A Arte da Persuasão
A única vitória que o trailer da nova adaptação do romance Persuasão de Jane Austen pode reclamar é a de me ter induzido a voltar a pegar na versão original do livro.
Tinha-me deixado vencer pelo Inglês antiquado há uns meses atrás, ali pelo sétimo capítulo, - antes do regresso do espadaúdo capitão Wentworth - mas ganhei um novo apreço pela prosa estrangeira da amiga Jane depois da desilusão que se abateu sobre a minha página da Netflix.
Persuasão não é uma comédia e a Anne Elliot não é uma miúda desbocada que passa a vida a piscar o olho à audiência – a quarta parede é para quebrar, de vez em quando, não para deixar de construir.
Quando soube que o filme estava em produção fiquei entusiasmada; se Orgulho e Preconceito é o conto de fadas, Persuasão é a história que te poderia acontecer (tirando o rico capitão naval). A “queda” foi muito maior precisamente por isso.
Resta-me a esperança de que aquele disparate de trailer tenha sido uma exigência dos produtores para alcançar uma audiência mais alargada e que o filme até não esteja muito mal.
Porque, sim, vou ver o filme na mesma. Sou fã, o que é que se há-de fazer…