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Em Letras Pequeninas

Podem tirar a rapariga da farmácia, mas não podem tirar a farmácia da rapariga. Salvo seja…

Em Letras Pequeninas

Podem tirar a rapariga da farmácia, mas não podem tirar a farmácia da rapariga. Salvo seja…

27 de Janeiro, 2025

Playlists Para 2025

Inês R.

Sem uma ordem, em particular, - e a sério que não há, absolutamente, razão nenhuma para ler os títulos em sequência - aqui seguem as minhas sugestões:

Playlist Girl Power

Ouvi Dizer - Ornatos Violeta

Com Um Brilhozinho Nos Olhos - Sérgio Godinho

Como Pensa Uma Mulher - Os Quatro e Meia

Jesus Cristo - Roberto Carlos

Deixa-me rir - Jorge Palma

Um Português - Linda de Suza

Como Tu - Bárbara Bandeira (feat. Ivandro)

Sem Noção - Deolinda

Vai-te Lixar - Mau Maria

Não Percebes - Sam the Kid

Quero É Viver - Sara Correia

Tal Como Sou - Fernando Daniel

- Jorge Palma

Nada Mais - Fernando Daniel

 

Playlist Para Uma Noite de Inverno

Olá, Solidão - O Quatro e Meia

Vou Levar-te Comigo - Duo Ouro Negro

Para os Braços da Minha Mãe - Pedro Abrunhosa

Frágil - Jorge Palma

Fácil de Entender - The Gift

Quase Perfeito - Donna Maria

Efetivamente - GNR

Não Sei Se Mereço - Alcoolémia

 

Playlist Para Dias Não

Adeus Tristeza - Fernando Tordo, Héber Marques

Amanhã Tou Melhor - Capitão Fausto

Estou Além - António Variações

À Minha Maneira - Xutos e Pontapés

É Ou Não É?  - Amália Rodrigues

Mentira - João Pedro Pais

Que Parva Que Eu Sou - Deolinda

A Gente Não Lê - Rui Veloso

Não Há Nada Pa Ninguém - Mário Mata

E De Repente - André Henriques

Os Putos - Carlos do Carmo

Os Filhos Da Nação - Quinta Do Bill

Pim Pam Pum - Kussondulola

Caldeirada  - Amália Rodrigues

Da Próxima Vez - Luís Represas

Chamem a Polícia - Trabalhadores do Comércio

Mal por Mal - Deolinda

Para Mim Tanto Faz - D'ZRT

 

*a ideia era boa, mas não correu muito bem, parece... Ora, tentem lá ler os títulos das canções por ordem. ;-)

20 de Janeiro, 2025

Teorias da Conspiração - Um Best Of

Inês R.

Não, a Terra não é plana e as ossadas de dinossauros encontradas um pouco por todo o planeta não foram falsificadas pelos museus.

Lembro-me de ser miúda e de aprender como era fácil de perceber a curvatura da Terra ao vermos um barco a desaparecer no horizonte, à medida que se afastava da costa. Ora, se a embarcação não se estava a afundar, a única explicação era a de que não se estava a deslocar sobre uma superfície plana.

No entanto, dou por mim a assistir a testemunhos, algo inflamados, de indivíduos que acreditam, por exemplo, que, se o terceiro calhau a contar do Sol fosse redondo, num voo de longo curso, os passageiros iriam passar toda a viagem a sentir o avião a inclinar para a frente; ou a ver vídeos gravados numa planície Norte-Americana onde se houve alguém dizer: "Ó, 'tás a ver? Plana! Em todas as direções!"

Para além da falta de noção do quão grande é este esférico (mal-enjorcado) a que chamamos casa, salta-me à vista a facilidade com que este pessoal desacredita toda a informação científica disponível em detrimento de umas publicações muito assertivas feitas no Paint e partilhadas no Facebook por "malta que sabe".

Ah, e alguém que me explique porque não existe uma única fotografia das ditas "bordas" deste prato que, supostamente, gira em coreografia com outros sete planetas que, sabe-se lá porquê, são redondos...

Agora, esta dos dinossauros serem uma invenção humana tem de levar a taça.

Bem sei que não surgiu por acaso, mas antes da necessidade de alguns fundamentalistas em conjugar as histórias da Biblia com a realidade que os rodeava. Se os houve que teorizaram sobre a convivência do Homem com estas bestas pré-históricas (como no infame Creation Museum nos EUA) outros preferiram pôr em causa a veracidade das inúmeras espécies de dinossauros descobertas por paleontólogos de todo o mundo e acreditar que, sei lá, todos os profissionais envolvidos (de quem fez as descobertas a quem as reportou) juraram a pés juntos nunca se descoser sobre esta grande empreitada de enterrar ossos em gesso só para os desenterrar depois e enganar o resto do mundo.

E, sim, nos museus encontram-se muitas réplicas em tamanho real destes animais extintos há mais de 65 milhões de anos; não porque os curadores do espaço decidiram fazer a coisa em grande e inventar uns quantos, mas porque não existem espécimes suficientes em condições de ser expostos em todos os museus que os queiram destacar. 

E para os que me lêem a duvidar da extensão destas teorias, só vos peço que façam uma pequena pesquisa pelo vosso motor de busca de eleição que eu cá estarei para conversar. Quem me dera estar a exagerar...

13 de Janeiro, 2025

AI, AI, AI, a nossa vida...

Inês R.

"Espero que este email o encontre hidratado."

Era assim que devíamos começar a endereçar os nossos emails de trabalho. Não para parecer bem, mas porque, efetivamente, uma destas mensagens digitais consome o equivalente a uma garrafa de água para chegar ao seu destino. E é menos essa água que temos para beber, cultivar ou apagar incêndios.

(Agora deixei-os todos a imaginar um Gmail personificado a carregar pergaminhos às costas, através de montes e vales, contendo os vossos pedidos de reuniões e de pagamentos de faturas, e a parar de x em x quilómetros para beber um gole ou dois de água da sua garrafa de plástico. Foi ou não foi?)

Não bastasse a recente notícia de que o grupo Meta vai deixar de lado o sistema de verificação de fatos que vinha a utilizar para passar a confiar nas chamadas  "notas da comunidade," tudo para guarantir a salvaguarda da "liberdade de expressão," soube agora (apesar de não ser novidade no meio) que a Inteligência Artificial tem um pequeno problema com a bebida (e não, não pode parar quando quiser).

Tal como existe neste momento, a tecnologia exige o consumo de enormes quantidades de água potável (e eletricidade, claro) para o arrefecimento dos seus centros de dados, que queimam os "neurónios" a produzir aquela composição sobre "a utilização do incesto n'Os Maias como instigador do interesse dos alunos do 11º ano" ou aquele trailer do Crime do Padre Amaro 4: A Vingança Serve-se Quente.

De entre todos os possíveis benefícios que a IA nos pode trazer (que os há), a verdade é que, até lá, corremos o risco, muito real, de comprometer a nossa sobrevivência por uma imagem muito gira do Brad Pitt com o corpo do Sapo Cocas a comer tremoços no São João.

A solução, provavelmente, estará no aparecimento de novas formas de conseguir estes mesmos resultados com muito menos desperdício de recursos, porque, não, a IA não vai desaparecer, muito menos agora que acabou de se tornar famosa no Instagram.

A bottle of water per email: the hidden environmental costs of using AI chatbots - The Washington Post 

AI's Challenging Waters - The Grainger College of Engineering

AI Is Accelerating the Loss of Our Scarcest Natural Resource: Water - Forbes

06 de Janeiro, 2025

É Uma Casa Portuguesa, Com Certeza

Inês R.

À boa moda Portuguesa, é comum ouvir pelo café alguém comentar, com orgulho, que há Tugas a dar cartas em todo o mundo, e, no mesmo parágrafo, criticar a quantidade de estrangeiros que há por cá.

Quer tenham noção disso ou não, são opiniões saturadas de preconceito, onde se destaca a ideia de que há imigrantes de categorias diferentes e os que se parecem conosco pertencerão sempre a um patamar mais elevado.

Acontece que muitos dos argumentos para a discriminação se sustentam em pouco mais do que numa história mal contada, ouvida de um conhecido que tem um familiar cuja filha... Mas, ainda assim, se colam rótulos de vilãs às pessoas que vêm em busca de uma vida melhor, para si e para os seus, e que, bastas vezes, se sujeitam a condições sub-humanas para o fazer.

Se haverão exceções que confirmam a regra? Claro. Há más pessoas de todas as nacionalidades, incluindo a nossa. Mas os dados oficiais não deixam margem para dúvidas: a imigração é algo de positivo para o país.

E, pessoalmente, gosto muito de receber boas notícias; em particular, numa altura tão conturbada da história da humanidade (como parecem ser todas...).

 "Cometem crimes? Vivem de subsídios? Ganham bem? 8 mitos sobre imigrantes em Portugal" - CNN Portugal - Fonte

"E se à porta humildemente bate alguém, senta-se à mesa com a gente"

02 de Janeiro, 2025

4 Anos de Em Letras Pequeninas - A Entrevista

Inês R.

Quatro. Não foi a conta que Deus fez, mas anda lá perto. A propósito de mais este aniversário, fui convidado por um jornalista reputadíssimo para um entrevista e aqui está a transcrição da nossa conversa.

Entrevistador : Caro Letras- posso tratá-lo por Letras?

EmLetrasPequeninas : Então, isso não é pra gente. Claro, que sim!

E: Letras, que balanço faz destes quatro anos de vida?

ELP : Faço um balanço positivo. Conto 270 publicações, bem, 271, e, apesar de não parecer muito para 1461 dias de existência, todas elas contém textos originais escritos pela Inês e publicados, na sua mairoria, no mesmo dia da semana.

E: Considera a consistência algo importante para um blog?

ELP : Claro.

E: Então-

ELP : Então, porque é que os textos da rapariga da farmácia não são todos sobre saúde. Não é o que ia perguntar?

E: De fato...

ELP : Nunca o questionei diretamente, mas tenho para mim que ela gosta de abordar "as letras pequeninas" de vários assuntos. 

E: Curioso. É essa a interpretação que faz do seu nome de batismo?

ELP : Não é a interpretação que fazem todos? Tal como as letras miudinhas que as bulas dos medicamentos trazem, é importante procurar os detalhes que envolvem as coisas; tanto para encontrar significado ou beleza nelas, como também para evitar sermos enganados.

E: Concordo. Mas e todos os textos de humor que abundam nas suas páginas?

ELP : A rapariga gosta de tentar fazer rir a malta. Que mal há nisso? E, se ler com atenção, vai ver que muitos deles trazem uma qualquer mensagem nas entrelinhas. Nem que seja apenas: vê os filmes que te fazem feliz ou manda lixar o dia dos namorados.

E: Rir é o melhor remédio, diz o povo...

ELP : E se entre uma piada e outra, a malta aprende a identificar os sinais e sintomas de um AVC ou a deixar de pairar sobre sanitas públicas, então, melhor ainda.

E: Já vi que não lhe vou conseguir arrancar nenhum comentário menos favorável à Inês. Será justo afirmar que é o seu maior fã?

ELP : A mulher criou-me. É ela que está a colocar todas estas palavras na minha figurativa boca. O que é que o senhor acha?

E: Pois, estou a ver. Se calhar, é melhor dar por terminada a entrevista. 

ELP : Se calhar.

E: Obrigada pela disponibilidade Sr. Letras e mande cumprimentos à Inês.

ELP : Serão entregues. Aliás...

E: Certo. Um bom dia para si. 

ELP : Saudinha. Da boa!

                                                                                                                                                                       Fim de transcrição