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Em Letras Pequeninas

Podem tirar a rapariga da farmácia, mas não podem tirar a farmácia da rapariga. Salvo seja…

Em Letras Pequeninas

Podem tirar a rapariga da farmácia, mas não podem tirar a farmácia da rapariga. Salvo seja…

25 de Novembro, 2024

Sobre Bola

Inês R.

Eu não faço discriminação; tanto o futebol masculino como o feminino me passam completamente ao lado.*

Se há uns anos atrás assistia aos jogos da seleção masculina (ainda tenho o Euro 2004 atravessado na garganta), agora o stress é demasiado para conseguir fazer mais do que ter a partida a passar na televisão enquanto trato do jantar ou mesmo limitar-me a consultar o resultado no Sapo. 

Mas tenho gostado muito de ver o destaque que se tem dado às equipas e jogadoras da Liga BPI.

Ainda estamos muito longe de poder equiparar estes jogos aos clássicos do desporto, mas tem de se começar por algum lado, e garantir que as meninas que o queiram fazer se sintam à vontade para jogar à bola nos intervalos da escola é, definitivamente, um excelente começo.

Sim, porque sempre houve raparigas com vontade de participar nas partidas improvisadas nos recreios, com bolas meio-cheias e balizas marcadas por mochilas no chão, e, pasme-se, sempre houve rapazes que preferiam não jogar e que, ainda assim, jogavam porque se sentiam pressionados a fazê-lo.

Agora, se esta minha confissão me trouxer dissabores, numa nação que sustém a respiração em uníssono sempre que o esférico chega à grande área nos pés do Ronaldo, é um risco que estou disposta a correr.

 

*tanto quanto é possível num país cujos noticiários dão tanto destaque à modalidade

18 de Novembro, 2024

(Ainda) Sobre Eleições

Inês R.

Ver eleitores a votar contra os seus próprios interesses é muito difícil de aceitar. A vontade de os agarrar pelos ombros, e abanar algum senso comum para dentro daquelas cabeças, chega quase a sobrepôr-se à educação que a minha mãe me deu.

Não seria tão mais fácil se alguém mandasse nisto tudo e decidisse por todos? Alguém honesto e inteligente, que tomasse as decisões mais justas, e se rodeasse apenas das melhores pessoas do universo político?

Não.

Porque essa pessoa não existe. E o que eu descrevi acima é a história da origem de todas as autocracias conhecidas pelo Homem.

Eu dava um dedo (mindinho, vá) para garantir que os resultados de uma eleição democrática continuem a refletir a vontade do povo, mesmo que isso signifique ver partidos das extremas a ganhar terreno às costas do medo e do preconceito.

A solução nunca é retirar dos cidadãos o seu direito ao voto. 

E eu serei sempre a maior defensora deste privilégio, incluindo o dos idiotas maiores de 18 anos que acham que o voto informado é dirigir-se às urnas de fato e gravata. Só não tenho que os respeitar enquanto seres humanos.

11 de Novembro, 2024

Iniciativa Europeia Contra "Terapias" de Conversão

Inês R.

No rescaldo da novela Mexicana que aconteceu na América do Norte, (e depois de ter feito as minhas reclamações acesas junto ao ecrã da televisão) fica a resignação de saber que não é a primeira nem será a última vez que o mundo nos parece perto do seu precipício e a certeza de que não podemos baixar os braços.

Há sempre algo que podemos fazer por nós e pelos outros - frequentemente, pequenas coisas que podem ter grandes consequências na vida de alguém.

Venho aqui apresentar uma delas.

Está a decorrer uma iniciativa, criada por um grupo de cidadãos europeus, com o intuito de levar a Comissão Europeia a banir as práticas de conversão dirigidas à comunidade LGBTQ+ na União Europeia.

Para esse fim, existe um abaixo-assinado disponível para todos os cidadãos da UE no sítio European Citizens' Initiative, AQUI

Como mencionado na iniciativa, estas práticas pretendem alterar ou reprimir a orientação sexual, a identidade e/ou expressão de sexo de pessoas LGBTQ+. São práticas que, devido à sua natureza discriminatória, degradante, nociva e fraudulenta, foram qualificadas de tortura pelas Nações Unidas e estão, presentemente, a ser banidas em vários Estados.

Conversion Practices are interventions aimed at changing, repressing or suppressing the sexual orientation, gender identity and/or gender expression of LGBTQ+ persons.

Such practices, due to their discriminatory, degrading, harmful and fraudulent nature have been qualified as torture by the United Nations, and are currently being banned in a growing number of States.

É, por isso, fundamental garantir que não continuem a acontecer e, muito menos, a serem divulgadas como "terapias" quando não passam de mais uma ferramenta na mão do preconceito e da ignorância, constituindo, bastas vezes, um crime.

Em Portugal, foi aprovada, em dezembro do ano passado, uma lei que criminaliza estas práticas (como consta em Diário da República, AQUI), mas, enquanto membros da comunidade europeia, é nosso dever lutar para que todos os países as banam, e nesta petição está um primeiro passo.

Eu assinei. E convido a quem me lê a informar-se e a fazer o mesmo, ou a divulgar que a recolha de assinaturas está a decorrer até 17/05/2025.

04 de Novembro, 2024

Lista Exaustiva De Todas As Situações Em Que Não É Necessário Exercer O Seu Direito De Voto

Inês R.

1 - Ainda não tem idade para votar;

2 - Não está a decorrer nenhuma eleição.

E é isto. Num país democrático, não há mais situação nenhuma em que deixe de ser necessário votar. E a promessa, da parte de um candidato em campanha eleitoral, de tornar o voto obsoleto deveria aterrorizar qualquer cidadão de bem. Mesmo que não pareça algo passível de acontecer.

A propósito das eleições a decorrer do outro lado do "lago" e porque nunca é demais relembrar.