Falácia do Espantalho
*e, não, não é um ataque pessoal, mas antes um tipo de raciocício que parece lógico e verdadeiro mas que acaba por se revelar falso.
"Não é aceitável que um agente da autoridade se sinta no direito de atirar a matar num cidadão que não lhe deu razão nenhuma para isso."
"Havia de ser uma coisa esperta, se não houvesse polícia e os criminosos pudessem fazer o que bem entendessem."
Diz-se que, quando um argumento é, propositadamente, mal interpretado e essa distorção é depois usada para o ridicularizar, estamos perante uma Falácia do Espantalho.
A primeira afirmação não indica, de forma alguma, o desejo de acabar com o policiamento da comunidade, mas antes que este seja feito de forma responsável. Estamos a falar de profissionais que lidam com situações, potencialmente, muito perigosas, sim, no entanto, há que garantir que saberão merecer a confiança de carregar armas de fogo no cumprimento do seu dever.
Já o contra-argumento apresentado escolhe, deliberadamente, extrapolar que a ideia por detrás da afirmação é acabar com toda e qualquer forma de policiamento - que se as forças de segurança não puderem fazer o seu trabalho, então, estão a ser tornadas redundantes.
E isto acontece quando o opositor não encontra um ângulo para refutar a afirmação inicial.
Neste caso, porque não existe ninguém que consiga discordar da premissa de que matar inocentes não está certo e, há, por isso, que a interpretar de uma forma, digamos, mais criativa.
A consequência foi uma incitaçãozinha à violência escondida numa mensagem de inclusividade, ou um All Lives Matter à moda do Ventura.