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Em Letras Pequeninas

Podem tirar a rapariga da farmácia, mas não podem tirar a farmácia da rapariga. Salvo seja…

Em Letras Pequeninas

Podem tirar a rapariga da farmácia, mas não podem tirar a farmácia da rapariga. Salvo seja…

26 de Agosto, 2024

Mulher Local Ligeiramente Aborrecida Por Ter De Voltar Ao Trabalho

Inês R.

O despertador tocou às sete em ponto e, depois de meio minuto de incerteza sobre se era sábado ou não, Inês sentou-se na cama (porque, segundo a mesma, já lá vai o tempo em que se podia levantar de imediato, sem tonturas) e aceitou que era o seu primeiro dia de trabalho depois das férias.

A rotina era-lhe já, sobejamente, conhecida, mas o seu corpo não estava em dia de lhe fazer favores, pelo que, o tempo alocado para "as picuinhíces de gaja" - palavras da própria - teve de ser reduzido para dar lugar a uma mais prolongada "visita" à casa de banho.

Enquanto comia os Cheerios Multicereais com uma nova bebida vegetal, que abriu no domingo e agora tem de assumir o compromisso de acabar, deu por si a pensar no trabalho acumulado nas últimas duas semanas e que lhe devia estar a fazer uma espera no escritório, de pau cravejado de pregos na mão. A solução foi agarrar no telemóvel e clicar na página de Youtube com vídeos de gatos que tem guardada nos favoritos.

Felizmente, a roupa estava escolhida desde a noite anterior - um hábito que ganhou à força - e a lancheira estava pronta a levar, tendo apenas sido necessário preparar o seu paposeco com manteiga - cortesia do padeiro que todos os dias lhe deixa o pão no prego. Leia-se no prego que tem no muro de casa debaixo de um chapelinho de madeira.

A viagem foi tranquila, ou não estivesse metade do país ainda de férias, e, assim que entrou aos portões da empresa, encontrou um lugar para estacionar o carro. "A felicidade está nas pequeninas coisas," terão sido as suas primeiras palavras da jornada de trabalho, revelou à nossa redação uma fonte próxima da Inês.

E nós concordamos em género, número, grau e vibe.

26 de Agosto, 2024

Onde Estava No Sismo de 26 de Agosto?

Inês R.

"Quer-se referir ao que aconteceu hoje, às 5:11 da manhã? Uh... na cama."

"E-"

"E, sim, senti. Acordei com os bibelots a abanar nas prateleiras e, depois de perceber que não estava a sonhar, fui para me levantar, mas o abalo parou."

 

Parece que, para o que podia ter sido, não foi nada. Mas, para além de todas as recomendações habituais que vão voltar a surgir por essa média fora, aqui fica mais uma. Agora, perguntem-me lá se já tratei de seguir o meu próprio conselho...

Não Só Quando Troveja  - o que incluir numa mochila de sobrevivência?

19 de Agosto, 2024

Leituras de Verão

Inês R.

As legendas da série que "encontrei" pela Internet não foram as piores que li este mês, mas não chegam nem aos calcanhares do rótulo do iogurte líquido "zero açucares" com sabor a pêssego e maracujá que li no corredor dos laticínios frescos do Continente.

Já livros-livros, não peguei em nenhum. Tenho dois começados na estação anterior, meia prateleira de livros que nunca abri, e mais quatro separadores guardados com livros que "quero muito ler". 

Mas em vez de me crucificar pela falta de entusiasmo, decidi aceitar que este verão "eu é mais filmes" - já comecei, inclusivamente, a fazer mossa na lista de películas que sempre quiz ver  - e que, com a chegada do outono, vou aproveitar um recurso que sempre esteve ao meu alcance: a biblioteca municipal.

Durante a maior parte do ano, a biblioteca cá da terra está aberta aos sábados de manhã e fica-me mesmo a caminho das compras da semana, o que é perfeito porque me deixa sem desculpas, absolutamente, nenhumas para não ler mais do que um artigo do Sapo Saúde.

No entretanto, de todas as leituras que fiz, vou deixar-vos com uma passagem que achei, particularmente, marcante: "Informação nutricional: hidratos de carbono, dos quais açúcares - 1,8 gr"

12 de Agosto, 2024

Sobre Dias Quentes

Inês R.

Se uma árvore cair na floresta, e ninguém estiver lá para ouvir, será que faz barulho? E se os dias se mantiverem consistentemente quentes, e ninguém medir a temperatura, será que batem mesmo recordes?

Não fossem os tantos constrangimentos de tempo e espaço, e era rapariga para ter uma conversinha com o amigo Galileu Galilei, inventor de, entre outras coisas, o primeiro termómetro; o vilão de todas as ondas de calor que me têm estragado o verão.

Ha! Não, não sou discípula daquela escola americana de pensamento que considera que é melhor não testar tanto para não estragar as estatísticas. Como em tantas coisas na vida, é, geralmente, melhor saber que o problema existe para que o possamos tentar resolver.

E, neste caso, não restam dúvidas de que as alterações climáticas são uma questão que temos de solucionar; dos fenómenos meteorológicos extremos à temperatura do meu quarto durante noites tropicais. 

E como diminuir a frequêcia de furacões, cheias, secas, fome e migração climática exige um bocadinho mais de brainstorming, podemos começar pela dificuldade que tenho em manter o equilibrio brisa fresca/melgas nos 12 metros quadrados onde pernoito.

Aceito todas as sugestões que não envolvam mudar de casa, obras ou gastos acima dos 20 paus.

*de notar que o quarto em questão fica num primeiro andar e eu não possuo material de escalada ou espírito aventureiro