Sobre Frangos
Não, não venho falar dos maiores "frangueiros" dos Europeus de futebol, ainda que tenha descoberto que não há muito consenso sobre a origem do termo. Há quem diga que está relacionado com o costume antigo de oferecer frangos como agradecimento a pessoas em posições de poder (Fonte) e outros há que fazem a comparação a um frango que bate as asas sem conseguir voar (Fonte). Pessoalmente, prefiro a semelhança física ao frango de churrasco de pernas e asas abertas, quando a bola passa pelo guarda-redes.
E a propósito, o que me trouxe aqui foi o literal frango, não o figurativo.
Depois de passar as últimas refeições a comer a referida ave ao almoço, lanche e jantar - ossos do ofício de festeira de S. João - posso, com alguma propriedade, afirmar que a arte de bem assar um frango depende de algumas variáveis; entre elas estão o artista, o assador e a origem da carne, que é quanto a mim, o fator mais significativo.
O uso de antibióticos na criação de animais para consumo humano não é uma novidade; há muito que sabemos que, na Europa, cerca de 70% destes medicamentos são usados para este mesmo fim, mas a necessidade de regulamentar a área não se prende apenas com os direitos animais. (Fonte)
Tendo em conta que não surgem novos antibióticos desde os anos 80, a resistência das bactérias às moleculas que temos disponíveis é deveras preocupante e tem consequências muito reais. E as milhares de mortes humanas que ocorrem todos os anos no velho continente deviam ser motivo mais que suficiente de alarme. (Fonte)
Mas a solução não passa simplesmente por uma mudança na nossa dieta; assistimos frequentemente à toma de antibióticos de forma desregulada e em excesso e ouvimos demasiadas histórias sobre as chamadas "superbactérias" (resistentes a antibióticos) para nos permitirmos continuar a ignorar o microorganismo no meio da caixa de Petri.
Não é a primeira vez que falo sobre o assunto (Fonte) e, infelizmente, sei que não será a última. Porquê? Porque já são muitos anos a virar frangos, meus amigos.