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Em Letras Pequeninas

Podem tirar a rapariga da farmácia, mas não podem tirar a farmácia da rapariga. Salvo seja…

Em Letras Pequeninas

Podem tirar a rapariga da farmácia, mas não podem tirar a farmácia da rapariga. Salvo seja…

24 de Junho, 2024

Sobre Frangos

Inês R.

Não, não venho falar dos maiores "frangueiros" dos Europeus de futebol, ainda que tenha descoberto que não há muito consenso sobre a origem do termo. Há quem diga que está relacionado com o costume antigo de oferecer frangos como agradecimento a pessoas em posições de poder (Fonte) e outros há que fazem a comparação a um frango que bate as asas sem conseguir voar (Fonte). Pessoalmente, prefiro a semelhança física ao frango de churrasco de pernas e asas abertas, quando a bola passa pelo guarda-redes.

E a propósito, o que me trouxe aqui foi o literal frango, não o figurativo.

Depois de passar as últimas refeições a comer a referida ave ao almoço, lanche e jantar - ossos do ofício de festeira de S. João - posso, com alguma propriedade, afirmar que a arte de bem assar um frango depende de algumas variáveis; entre elas estão o artista, o assador e a origem da carne, que é quanto a mim, o fator mais significativo.

O uso de antibióticos na criação de animais para consumo humano não é uma novidade; há muito que sabemos que, na Europa, cerca de 70% destes medicamentos são usados para este mesmo fim, mas a necessidade de regulamentar a área não se prende apenas com os direitos animais. (Fonte)

Tendo em conta que não surgem novos antibióticos desde os anos 80, a resistência das bactérias às moleculas que temos disponíveis é deveras preocupante e tem consequências muito reais. E as milhares de mortes humanas que ocorrem todos os anos no velho continente deviam ser motivo mais que suficiente de alarme. (Fonte)

Mas a solução não passa simplesmente por uma mudança na nossa dieta; assistimos frequentemente à toma de antibióticos de forma desregulada e em excesso e ouvimos demasiadas histórias sobre as chamadas "superbactérias" (resistentes a antibióticos) para nos permitirmos continuar a ignorar o microorganismo no meio da caixa de Petri. 

Não é a primeira vez que falo sobre o assunto (Fonte) e, infelizmente, sei que não será a última. Porquê? Porque já são muitos anos a virar frangos, meus amigos.

17 de Junho, 2024

A Bebida Azul

Inês R.

Por acaso, a original continha sumo de limão (para disfarçar o sabor dos sais), mas no imaginário da maioria de nós, a Gatorade, ou as bebidas isotónicas, em geral, são azuis.

Podemos, frequentemente, ver atletas de alta competição (assim como os de fim de semana) a beber destas garrafas com líquido colorido e não porque faz pandã com o equipamento, mas porque é deveras importante hidratar e repor os eletrólitos perdidos durante o esforço físico, principalmente, em condições de muito calor e humidade. (Fonte)

Foi na Unversidade da Flórida (EUA), em 1965, que a Gatorade foi inventada, por cientístas da instituição, na busca de uma solução para as perdas de rendimento dos jogadores da sua equipa de Futebol Americano, os Gators. E o nome comercial quase se escolheu a si próprio. (Fonte)

Dali para o mundo foi um saltinho que rendeu, e continua a render, milhões. 

Os estudos mostram que é impossível repor todas as perdas que ocorrem no corpo de um atleta após hora e meia de esforço continuado, mas estas soluções líquidas constituíram uma importante mudança no mundo da medicina desportiva. (Fonte)

Por isso, vai um gole à nossa saúde!

10 de Junho, 2024

Aqui* Jaz

Inês R.

Yersinia pestis

Não sei se soa melhor ou pior que Peste Negra, mas é o nome de batismo da bactéria que a causa, e continua a matar, em certas regiões do mundo, ainda que em muito menor escala, graças ao uso dos antibióticos e à disseminação dos cuidados de higiene. (Fonte)

Há 500 anos (mais ano, menos ano), nascia uma das suas mais conhecidas vítimas: Luís Vaz de Camões.

Supõe-se que tenha sido apanhado num surto, que assolou a Lisboa da altura, e que, a 10 de junho de 1580 (data confirmada, por documentação, da sua morte), tenha sucumbido à pestilência.

Tendo passado os seus últimos anos em dificuldades e dependente da ajuda de amigos, terá sido enterrado em campa não marcada do cemitério da Igreja da Santa Ana, pelo que, aquando da sua exaltação como símbolo nacional, não foi possível identificar o local exato da sua sepultura. (Fonte)

As ossadas encontradas foram todas transladadas para o túmulo que hoje existe no Mosteiro dos Jerónimos, na esperança de alguma delas pertencer, efetivamente, a Camões. (Fonte) De certezas, temos apenas a da grandiosidade do poeta maior da língua que é a dele e a da história que inspirou a obra da sua vida.

03 de Junho, 2024

Em defesa dos não-problemas

Inês R.

É Trumpismo 101, como diriam num liceu americano.

Agitar as massas com ameaças que só existem nas cabeças que as inventaram e assim garantir o apoio daqueles que temem a diferença.

Porque um livro usa palavras "gay," porque uma casa de banho não tem um boneco de saia na porta, porque uma pessoa de barba se identifica como ela, porque uma determinada sigla tem demasiadas letras, porque "as crianças!".

Enquanto isso, pela calada, passam medidas que limitam as liberdades das mulheres, dos imigrantes, dos pobres, dos doentes, dos trabalhadores, de todos.

O truque do "olha, ali um passarinho" é usado pela extrema direita, em particular, com o consentimento do mesmo povo que se diz demasiado esperto para acreditar no governo que o quis vacinar.

E se não aceito que os portugueses se deixem levar pelo ódio desta forma - mesmo compreendendo como acontece - fico furiosa com os indivíduos que os ludibriam propositadamente, quais pastores evangélicos que prometem curar todos os males pelo ecrã de televisão a quem lhes mandar mais dinheiro.