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Em Letras Pequeninas

Podem tirar a rapariga da farmácia, mas não podem tirar a farmácia da rapariga. Salvo seja…

Em Letras Pequeninas

Podem tirar a rapariga da farmácia, mas não podem tirar a farmácia da rapariga. Salvo seja…

25 de Março, 2024

Espontânea

Inês R.

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Faz como a erva daninha.

Ocupa uma fresta no alcatrão,

Com uma urtiga por vizinha,

E, sempre que te deitarem a mão, renasce, sozinha.

Não porque to digo,

Mas porque sabes que és capaz;

Que quando te falta um amigo,

Tens em ti quem mais falta te faz.

 

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    Imagens por Inês R.

 

 

18 de Março, 2024

Sexting Para Totós

Inês R.
Poucas coisas nesta vida duram para sempre. Entre elas contam-se os químicos eternos, aquele vestido preto que nos custou os olhos da cara mas é um clássico, e os nudes que circulam pela Internet.

Porque uma vez na Internet, para sempre na Internet.

Mas com uma geração inteira de garotos, de hormonas aos pulos, a ser criada no mundo digital, não podemos esperar que a sua sexualidade não faça parte da equação.

Certo, os miúdos enviam fotografias íntimas uns para os outros com a casualidade com que eu trocava folhinhas com as minhas amigas em criança - sendo que uma folha grande valia sempre, pelo menos, 3 das mais pequenas.*

Mas os graúdos também têm muito a aprender - as histórias de revenge porn e bullying, que se tornaram tão frequentes, são assustadoras. Por isso mesmo, não vale a pena proibir, há, sim, que educar.

Seguem umas dicas que, ironicamente, também se podem encontrar pela Internet.

- Nunca, mas nunca, partilhes uma fotografia íntima onde se veja o teu rosto (ou outra característica reconhecível do teu corpo ou casa). É uma simples questão de segurança. Um rabo ou umas mamas podem ser de qualquer pessoa. Agora, aquela tatuagem de um tigre de sapatilhas e com um dente de ouro só pode mesmo ser do Zé. Ó Zé, 'tão?!

- As fotografias ou mensagens íntimas que partilham contigo não são para partilhar com mais ninguém. Não importa se a relação acabou, ou mesmo se acabou mal. Há um acordo tácito entre duas pessoas que partilham conteúdo desta natureza, de que o destinatário final é apenas, e só, a pessoa a quem foi enviado. E não, não é preciso um papel assinado e com selo branco.

- Nunca te sintas na obrigação de enviar conteúdo íntimo a ninguém. Tal como em qualquer outra situação de cariz sexual, quando um não quer, dois não dançam. É por isso que este tipo de conversa deve acontecer apenas entre pessoas que se conheçam e que tenham algum grau de confiança entre si.

- Garante sempre a segurança do material íntimo que tens no teu telemóvel. Começando por bloquear o aparelho com palavra-pass e acionar a autenticação de dois fatores nas aplicações ou sites escolhidos para a interação, e terminando por apagar as fotografias após a sua "utilização". Já se o fotógrafo estiver muito apegado à sua arte, que a guarde em pastas ocultas.

- Por fim, recomendo uma boa dose de bom senso, porque, se parecer estranho, geralmente, é, e como há por aí malta muito pouco bem intencionada, um bocadinho de precaução no mundo digital só nos faz bem.

*Para quem não faz ideia do que eu estou a falar, eram folhas de papel de carta ou blocos de folhas com impressões coloridas e perfumadas que as meninas do meu tempo coleccionavam e trocavam entre si. Eu tive um bloco da Mafalda que me valia ouro nas transações. 
11 de Março, 2024

Estar Vivo Faz Mal à Saúde

Inês R.

Para cada cinco artigos sobre "escapadinhas de fim de semana" e "receitas deliciosas e fáceis de fazer," encontro pela Internet outros tantos a descrever todas as maneiras de que posso perecer prematuramente; dos alimentos causadores de doenças aos perigos de conviver tanto com pessoas como com máquinas.

Passo os olhos pelas gordas* e perco o apetite pela vida. Então, afasto-me. Revejo um filme preferido ou faço exercício com a banda sonora que me apetece ou como uma tablete de chocolate inteira. E depois? Depois volto às mesmas notícias. Não porque tenha tendências masoquistas, mas porque, apesar de tudo aquilo que está fora do meu alcance, ainda há muito que eu posso fazer no meu dia-a-dia que pode trazer mudanças positivas.

Posso votar, posso partilhar informação, posso alterar comportamentos, - mesmo que em pequena escala -  posso fazer sorrir alguém; ao fim ao cabo, posso escolher ser boa pessoa.

*títulos das notícias

04 de Março, 2024

"E" Uma Boa Campanha

Inês R.

"Há químicos de que niguém gosta," diz o Pingo Doce e eu concordo. Os aditivos alimentares, os conhecidos "E's," são continuamente estudados e a lista é atualizada sempre que necessário, aqui pela Europa, mas ainda há potenciais efeitos na saúde humana que são desconhecidos, e, neste caso, a melhor prevenção é mesmo a abstinência.

Agora, não estou a apregoar que não se consumam alimentos processados - sou demasiado gulosa para os cortar da minha dieta e não sou rapariga para pedir que façam o que eu digo e não o que faço - mas antes a alertar para a necessidade de uma dieta equilibrada, até porque "tudo o que é demais, enjoa".

Mas o que são estes aditivos, exatamente? Bem, são todas as substâncias adicionadas (viram, viram?) aos alimentos com a finalidade de alterar a cor, sabor ou textura dos alimentos, ajudar a conservá-los, etc. 

E se não faz grande sentido que um doce saiba a morango sem ter estado sequer na presença do fruto, também ninguém quer, potencialmente, falecer de Botulismo por causa de uma sandes de atum.

Que é como quem diz, muitos destes aditivos são essenciais para garantir a segurança dos alimentos (como os nitritos utilizados para combater as bactérias causadoras do Botulismo nos enlatados), no entanto, há toda uma lista de "E's" da casa das centenas que sevem apenas uma função estética ou sensorial e cujo consumo não se sabe muito bem que consequências pode ter.

Se há outros perigos, muito reais e mais frequentes, associados à comida com os quais nos preocuparmos? Há, sim, senhora. Intoxicações alimentares, diabetes, hipertenção arterial, alergias, e a lista continua. Mas será sempre boa ideia habituar o nosso paladar a sabores menos exagerados. É uma questão de praticar, como com a viola.

E qualquer passo na direção certa ajuda.

O que eu me ri quando vi um pacote de gomas anunciar, por entre os bonecos em cores vivas, que aquele produto era vegan e não continha glúten. Pois, claro que não, amigos. Mas essas são as menores das suas preocupações, diria eu.

Já a campanha da malta "que trouxe" foi muito bem engendrada. Os "químicos" são um ódio de estimação de muito boa gente e se, no meio de uma estratégia para atender às exigências dos consumidores, acabarem por "forçar" outros grandes supermercados ou marcas a fazer o mesmo, então, os vencedores serão sempre os consumidores. 

Fontes:

Aditivos: quando a cor é mau sinal - Deco

Costuma procurar os E nos rótulos dos alimentos? - Sapo Lifestyle

Pingo Doce lança campanha para quem “não adora químicos” com criatividade da BBDO - ECO