Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-Não-Comercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Em Letras Pequeninas

Podem tirar a rapariga da farmácia, mas não podem tirar a farmácia da rapariga. Salvo seja…

Em Letras Pequeninas

Podem tirar a rapariga da farmácia, mas não podem tirar a farmácia da rapariga. Salvo seja…

31 de Julho, 2023

Achas Que Sabes Veranear?

Inês R.

Acredito que fiques um máximo de fato de banho e que conheças todos os "spots" com os melhores "sunsets" da tua cidade, mas será que consegues passar este teste?

 

1 - O céu estava nublado mas chegaste a casa com um escaldão na mesma. Porquê?

a) Porque não usei protetor solar e a radiação UV atravessa as nuvens.

b) Porque os dias encobertos "queimam" mais.

c) Sei lá! Mas agora sou derma-meteorologista?

 

2 - Que artigos de primeira necessidade nunca devem faltar na tua mala de viagem?

a) Protetor solar, repelente, analgésicos, anti-diarreicos, pensos rápidos e os medicamentos de todos os dias.

b) Carregador de telemóvel e, pelo menos, um fato de cerimónia e um par de sapatos chiques. 

c) Rodinhas - mas acho que todas trazem agora - e um cadeado.

 

3 - Que truques deves usar para melhor suportar as ondas de calor?

a) Beber muita água, manter as persianas fechadas durante o dia, e usar compressas frias nos pulsos e tornozelos se me sentir a sobreaquecer.

b) Viver e trabalhar, exclusivamente, em sitios equipados com aparelhos de ar condicionado.

c) Fechar os olhos e imaginar que estou na Serra da Estrela em Dezembro.

 

4 - Vais andar muito a pé durante as tuas férias. Que precauções deves tomar?

a) Usar calçado confortável, evitar que zonas dolorosas nos pés se transformem em bolhas, usar roupas de tecidos respiráveis, usar chapéu, e (re)aplicar protetor solar nas zonas expostas.

b) Procurar caminhar apenas onde haja rede wi-fi e os pavimentos sejam alcatroados.

c) Garantir que nas próximas férias vou para um sítio com transportes públicos.

 

Respostas:

Maioria de a)'s - Boa! Já deves andar a "virar frangos" há muitos anos e não precisas preocupar-te com nada. Boas férias!

Maioria de b)'s - Não é que não tenhas alguma razão, mas tens as prioridades um bocado trocadas. Aconselho-te a ler uns artigos sobre o assunto antes de seguires viagem (para o mês de Agosto).

Maioria de c)'s - Só posso pensar que ainda és menor de idade e que dependes dos papás para tudo porque a alternativa deixa-me deveras preocupada...

24 de Julho, 2023

Não Matem a Mensageira

Inês R.

Detesto ser a portadora destas terríveis notícias mas... se têm mais de 30 anos estão, automaticamente, proibidos de apreciar a vida. (ponto e vírgula, travessão, fechar parênteses)

Ter uma banda preferida que sigam para todo o lado - seja nas redes ou na vida real - é "ridículo;" ter um hobby que lhes traga prazer e felicidade "não é coisa de adulto;" e, então, se mostram entusiasmo por alguma destas atividades na presença das gerações mais novas mais vale entregar a "carta de crescido" na portaria.

Como é óbvio, espero que a ironia que pinga das palavras acima tenha repassado para os vossos ecrãs e vos esteja, neste momento, a molhar os dedos - salvo seja!

E, não, não estou a exercer o meu direito de cota de "malhar na juventude" - até porque me lembro bem de fazer parte da geração "que nos ia desgraçar a todos" - mas antes a pedir que não deixem de dançar em público, só porque sim, ou de comprar livros de colorir ou de vestir aquela peça de roupa ou fazer aquele corte de cabelo apenas porque "já não têm idade para isso".

Com as devidas exceções, nunca é tarde demais para aprender a fazer tricot ou admitir que o nosso livro preferido não é de um autor que morreu antes da invenção da Internet ou ter "aquela cena" que nos ajuda a passar as segundas-feiras porque sabemos que está lá à nossa espera.

E isto inclui ter um blog onde falamos com os nossos amigos de há anos sobre o que nos faz rir, chorar e pensar sem nunca os termos encontrado para beber um único café.

17 de Julho, 2023

Os Problemas dos Outros

Inês R.

Penso que não será apenas pela minha zona que as "conversas de café" vão, ultimamente, quase todas parar à nova onda de imigração no país. Certo?

Uma qualquer variação de "não tenho nada contra, somos um país de emigrantes, mas já começa a parecer que estamos a ser invadidos" acaba sempre por chegar ao meus ouvidos, com um coro de "também já tenho reparado que estão por todo o lado e a viver de subsídios".

E, atenção, que eu não trago estatísticas nem soluções, mas não consigo deixar de pensar que o problema tem tendência a agravar-se - principalmente, com o crescente número de refugiados de guerra e do clima - e esta mentalidade de "eles contra nós" só tem como acabar mal.

É assim que os partidos de extrema direita fazem o seu caminho - tal e qual, como vem no manual - e quer-me parecer que nos estamos a limitar ver a história a repetir-se das nossas varandas e ainda acenamos ao desfile (a referência, aqui, é propositada).

E permitam-me que coloque a questão: será que se, realmente, "deixamos entrar qualquer um," então, o problema não será antes das políticas em vigor e não das pessoas que entram?

Tudo isto me fez procurar o poema  "First They Came" de Martin Niemöller que continua, infelizmente, muito atual e nunca é demais recordar.

10 de Julho, 2023

Não Somos Nada, Menina

Inês R.

"Andamos aqui meia dúzia de dias a sofrer e depois da despedida ainda vem a dolorosa." Verdade, senhora de idade que é um aglomerado de muitos utentes que atendi nos meus tempos de farmácia.

E, tendo em conta que é mesmo assim, há, pois, que desfrutar das pequenas alegrias da vida. 

Uma fatia de melancia numa tarde quente de verão, um gesto de simpatia no trânsito, uma gargalhada partilhada com um amigo, ou um orgasmo - com ou sem parceiro. Sim, porque A Solo também é bom.

Recentemente, li que a Control estava a entrar (salvo seja) no mercado dos vibradores (notícia aqui) e pareceu-me tudo muito bem - material hipoalergénico, baterias de longa duração - até reparar nos preços. A partir de 89 euros...? A partir?

Certo, eu que sempre fui adepta do analógico no que toca ao "clicar do rato" não tinha grande noção dos preços que se praticavam na área dos... "pequenos eletrodomésticos," mas não é que a Internet diz que é, efetivamente, difícil encontrar vibradores de qualidade a menos de 50 paus?

Ah, estamos mesmo sempre a aprender.

Mas, brincadeiras à parte, o argumento mantem-se: é essencial, para a nossa saúde mental, que tenhamos algo nas nossas vidas que nos traga prazer - seja esse algo o que for.

Principalmente, porque, enquanto fazia a minha pesquisa para este texto, dei com uma notícia que fazia uso das palavras "terceira," "guerra" e "mundial" escritas na mesma frase, e por esta mesma ordem, e dei por mim a pensar que, afinal, sou capaz de já ter destino para uma parte do meu subsídio de férias. 

03 de Julho, 2023

A Tradição Já Não é o Que Era

Inês R.

O que antes era tradição pode não ser, necessariamente, tradicional agora. E ainda bem.

Longe vão os tempos - muito reais - em que assistir a uma execução pública era um evento em que participava toda a comunidade, uma espécie de passatempo. Fazia-se na certeza de que iria dissuadir outros de cometer o mesmo crime, o que raramente acontecia.

E se hoje em dia chamamos de medievais a este tipo de comportamentos, porque insistimos em manter tantos outros que são, igualmente, desadequados?

Acredito que vários exemplos vos tenham surgido na mente, mas o que inspirou este texto foi a "vacada" a que assisti este fim de semana, sem que o tivesse planeado.

Desta feita, não houve feridos nem a vaca se magoou - a intenção era apenas ser uma brincadeira e foi o que sucedeu. Acontece que as vacadas não existem num vácuo; existem, sim, numa sociedade que faz e assiste a touradas onde os touros são, repetidamente, espetados com varas metálicas.

Percebo que para quem cresceu neste mundo seja difícil aceitar as críticas a este tipo de touradas, mas, objetivamente, a realidade é esta: estes animais são feridos, em público, em nome do espetáculo. E, não, pelo que li, o argumento de que não sentem dor não está suficientemente sustentado.

Atenção, que o propósito aqui não é dar nenhuma lição de moral, mas apenas partilhar o raciocínio que me fez chegar a esta conclusão.

É extremamente difícil mudar opiniões (principalmente as emocionais) com fatos, no entanto, faz parte do nosso crescimento enquanto pessoas questionar o que achamos saber, conforme vamos adquirindo novos conhecimentos, portanto, aqui fica mais uma tentativa de despoletar essa vontade.