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Em Letras Pequeninas

Podem tirar a rapariga da farmácia, mas não podem tirar a farmácia da rapariga. Salvo seja…

Em Letras Pequeninas

Podem tirar a rapariga da farmácia, mas não podem tirar a farmácia da rapariga. Salvo seja…

26 de Junho, 2023

Ah, e Beber Água

Inês R.

Não há reportagem, artigo ou tweet sobre as ondas de calor que não recomende a hidratação frequente com água ou sumos de fruta, e a malta sabe que é o mais correcto, agora, se o faz, isso já são outros quinhentos. 

Em casa desta técnica de farmácia o espeto é de pau, que é como quem diz, sou mais de mandar beber água do que bebê-la eu, mas este fim de semana juro que aprendi a lição. 

Pois que depois de duas horas, mal medidas, ao sol, entre estacionamentos e condução, dei por mim com um abatimento estranho; o pulso fraco e a sensação de ter acabado uma maratona (ou uma corrida intermitente - ver post anterior) e fiquei preocupada. 

Então, estava dentro de casa há horas - onde até estava fresco - e já tinha bebido líquidos... Certo?

Bem, acredito que a Coca-Cola tenha água na sua constituição - quer dizer,  hão de usar água para dissolver aquele açúcar todo - mas não será a melhor opção num dia de aviso amarelo de calor. 

O susto foi grande o suficiente para começar a "dar na água," mesmo sem sede, e não é que resultou?

Tenho feito por manter a rotina nestes dois dias e espero aproveitar o balanço para o resto do verão - sim, eu sei que deve ser um hábito de todo o ano, mas ainda agora comecei a gatinhar, não me queiram ver já a andar na metafórica bicicleta. Até porque o exercício físico também não é recomendado nestes dias de maior calor. 

19 de Junho, 2023

Corrida Intermitente

Inês R.

Ao contrário do jejum, não tem potenciais riscos para a saúde - para além da possibilidade de se fazer figuras tristes em público - e sempre é melhor que nada.

Ontem decidi começar a correr - o facto de ter visto os preços das mensalidades dos clubes de Paddle da minha zona, meras horas antes, é pura coincidência - e fui, imediatamente, recordada da existência dos meus pulmões, assim que estes começaram a tentar a sua fuga pela minha boca, de forma muito pouco graciosa.

Não é, portanto, de espantar que a minha corrida tenha sido efetuada em "módulos" de dois ou três minutos e intercalada com períodos de caminhada "intensa;" e que a mesma tenha durado menos de um quarto de hora, mal medido.

O cão de grande porte que avistei quase logo - e que parecia suficientemente dócil para não impedir o meu exercício - serviu de desculpa perfeita para todos: em casa o cão "dava-me pela cintura" e na minha cabeça tinha sido uma sorte, porque fazia todo o sentido não exagerar logo na primeira tentativa.

Seja como for, não me lesionei - talvez por causa do pouco, mas recorrente, exercício que já andava a fazer - e agora é só dar seguimento, porque diz quem sabe que "o que custa mais é começar".

12 de Junho, 2023

A Outra Menina do Mar

Inês R.

"É menina," disse o peixeiro.

Com três quilos e oitocentos gramas e 65 centímetros, incluindo a barbatana, nasceu forte e sorridente. Restava saber que nome dar à criança cuja metade de baixo era peixe.

"Que eu caia aqui morto no chão!," atirou o homem, "a prova está no reluzir azulado das escamas cor-de-limão."

Sem livros ou enciclopédias sobre sereias e suas crias, procuraram médicos e especialistas, mas só quem trouxe certezas àqueles ansiosos pais foi o senhor Zé da peixaria.

Chamar-se-ia Anamar e teria da sua família amor, proteção e... à falta de um oceano, arranjou-se um alguidar.

05 de Junho, 2023

Operação Plástico

Inês R.

Há um par de anos que faço por levar para o supermercado os meus saquinhos reutilizáveis para colocar a fruta e os vegetais que compro.

Não o faço pelas palmadinhas nas costas, mas porque sei que muitos daqueles sacos de plástico fininhos acabam no lixo comum - até porque têm tendência a encravar as máquinas de tratamento de resíduos e são, por isso, frequentemente retirados do processo. 

Em todo este tempo, encontrei um total de zero pessoas a fazer o mesmo - se bem que vivo num meio mais pequeno, isto é,  infelizmente, um fato e não uma hipérbole para fins humorísticos.

Mas agora que os sacos de plástico muito leve voltaram à baila, por passarem a ter um custo, todos parecem ter uma opinião sobre o assunto. 

Não quero com isto dizer que concordo com a forma como a mudança está a ser feita - os interesses das empresas são repetidamente colocados acima dos da população, neste tipo de decisões - mas até agora não ouvi uma alternativa que me parecesse viável. 

E se encontrar uma solução recai sobre os supermercados, então, qual será a melhor?

Sacos de papel? Terão de ser resistentes mas não muito caros e depois há todo o problema da sustentabilidade que foi exatamente que nos levou a procurar alternativas em primeiro lugar. (Li, a propósito deste texto, que o papel é ainda menos sustentável que o plástico...)

Plásticos biodegradáveis/compostáveis? Ok, desde que a malta tenha como os descartar de forma correta e tendo em conta que o nosso lixo não-reciclável vai todo para aterros não me parece que fosse trazer grandes benefícios. 

Sacos reutilizáveis a custo zero? Talvez seja a melhor das alternativas, desde que o consumidor, efectivamente, os reutilize. Fazer um único uso de um saco reutilizável não resolve em nada o problema da poluição. E depois há todo o impacto dos custos para os pequenos comerciantes.

Mais uma vez, não acho que deva ser o consumidor a arcar com mais esta despesa, mas temos de ser todos a mudar o nosso comportamento, da mesma forma que o fizemos com os sacos de plástico leve.