Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-Não-Comercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Em Letras Pequeninas

Podem tirar a rapariga da farmácia, mas não podem tirar a farmácia da rapariga. Salvo seja…

Em Letras Pequeninas

Podem tirar a rapariga da farmácia, mas não podem tirar a farmácia da rapariga. Salvo seja…

29 de Setembro, 2022

Estava Escrito

Inês R.

Acho as coincidências, tipo, bué giras.

Mas é só isso; não lhes atribuo absolutamente nenhum significado, porque não possuem nenhum.

Quando conheces alguém interessante e atraente que mete conversa contigo num bar e, depois de uma longa conversa sobre as vossas (falsas) aspirações pessoais e profissionais, descobres que ambos têm o primeiro album dos Coldplay "em vinil!," fica a saber que não, não é o Destino, mas apenas uma coincidência gira que podem vir a contar na festa de noivado àqueles familiares distantes que ainda não tiveram o prazer de a ouvir...

E isto não faz de mim uma pessimista (há outras razões para tal), mas antes alguém com os pés bem assentes na terra e que prefere não gerir as suas relações interpessoais com base em sinais esotéricos de origem empírica e aleatória (que é como quem diz, coincidências).

26 de Setembro, 2022

Precisa-se Boas Notícias

Inês R.

"Tenho para troca, a novidade que comi uma Pavlova de frutos vermelhos que me fez reconsiderar o meu ateísmo e a notícia que a conta do mecânico doeu menos (metade) do que o previsto.

Aceito histórias engraçadas com animais, contos de bondade humana reais - não importa de que magnitude - e qualquer relato pessoal que faça sorrir o maior dos sisudos."

Apesar de, diariamente, os noticiários me quererem desacreditar, gosto de pensar que as pessoas são inerentemente boas (com as devidas exceções que comprovam a regra).

E como nos últimos tempos as boas notícias têm sido escassas e pouco frequentes, achei que o mais fácil seria procurar por elas na minha própria vida. 

De vez em quando, lá tenho de me lembrar de sentir gratidão pelas coisas boas, ao invés de me limitar aos queixumes do costume.

Alguém tem boas notícias para partilhar?

22 de Setembro, 2022

Em Breve, Num Cinema Perto de Si

Inês R.

Se a vida fosse um filme do James Bond, estávamos agora pendurados de cabeça para baixo, sobre um tanque cheio de tubarões, enquanto o vilão nos contava o seu plano maquiavélico para dominar o mundo. 

Acontece que a vida não é um filme de ação com o Daniel Craig e não tem um final feliz garantido, já o nosso antagonista, esse parece saído diretamente de uma cena do 007 - De Volta à URSS.

Seja como for, foi-nos prometido um blockbuster distópico sobre o fim da raça humana e é para lá que caminha o guião. 

Só falta decidir se os protagonistas são derrotados por desastres naturais ou guerras nucleares.

19 de Setembro, 2022

Perder os Três e a Paciência

Inês R.

Aos dezassete, com preservativo, no banco de trás dum Opel Corsa de 92.

Não, não é a história da minha primeira vez, nem vos vou pedir que contem vossa, mas foi a essência das conversas que habitaram a minha tarde de sábado.

Revelavam-se as idades das respectivas "primeiras vezes" e faziam-se apostas sobre quem teria sido o mais precoce.

Mas de que primeira falariam? Da vez em que experimentaram um linguado? Sexo oral?

Não, era, obviamente, a primeira vez que tinham feito sexo penetrativo.

Como se a estimulação manual ou a "ação por cima da roupa" não  obtivessem os mesmos resultados, ou até melhores.

Mas o conceito de virgindade ainda está muito enraizado na nossa cultura e uma boa rapariga - sim, são ainda as mulheres que carregam o peso da decência humana nos ombros - não se "deixa enganar" pelo primeiro ou primeira que aparece.

A história do hímen que "rompe" dava outro texto - muito mais longo - mas fiquemo-nos por aqui antes que eu me enerve e estrague a semana a mim e a quem me lê. 

15 de Setembro, 2022

RIP PC

Inês R.

O meu computador morreu-me. Paz ao seu software

Deixa para trás uma dona inconsolável e incontáveis páginas guardadas para "ler depois".

Felizmente, tinha gravado tudo o que era deveras importante num disco externo, mas estavam ali horas e horas de procrastinação que nunca mais vou ter de volta.

Agora ando a fazer o rebound com o telemóvel, só que não é a mesma coisa. 

Verdade seja dita, ainda há esperança que o Doutor-Já-Desligou-E-Voltou-A-Ligar o consiga trazer de volta do mundo dos espíritos, mas não sei se quero deixar o meu universo virtual sozinho numa sala com um estranho. Não depois das histórias que fui ouvindo ao longo dos anos...

Resta-me as boas memórias e o bocado de hardware que será "sepultado" numa qualquer gaveta cá de casa. 

12 de Setembro, 2022

A Minha Crise é Pior Que a Tua

Inês R.

A rainha Isabel II morreu e, de repente, há milhares de milhões para funerais, coroações e troca de "fotografia de perfil" no dinheiro Britânico. 

O "de repente" é em nome de uma amiga que vive em Inglaterra - que se tem desdobrado a fazer contas de cabeça sobre como sobreviver aos aumentos que se avizinham - e que agora tem de assistir a todas as cerimónias e contorcionismos logísticos anunciados com um sorriso amarelo no rosto.

Nas nossas últimas trocas de emails, partilhámos a nossa angústia sobre a conta da luz e o medo da fatura do supermercado e revelámos que ambas temos tecnologia semi-obsoleta que receamos esteja a dar o seu último suspiro, mas, ainda assim, rematámos os nossos desabafos com a crença de que "podia ser pior".

Valha-nos o otimismo.

Percebo perfeitamente o impacto que a Rainha teve na vidas de muitos e não quero minimizar a dor de ninguém, muito menos da família, mas acho deveras ridículos os extremos a que se levam certas tradições.

Faltará, apenas, sugerir ao povo que "coma brioches".

08 de Setembro, 2022

Dia Internacional da Literacia

Inês R.

Neste momento, as boas pessoas do mundo

Estão a ler a correspondência do vizinho, 

A preencher o cheque de um estranho,  

E a revirar os remédios do tio.

No entretanto,

Mais uma criança nasceu para a fatalidade

De pedir que lhe leiam todos os documentos,

Lhe paguem as contas da água e eletricidade,

E organizem o armário dos medicamentos.

05 de Setembro, 2022

Sexo Seguro: O Quiz

Inês R.

1 – Quando foi a última vez que tiveste relações sexuais desprotegidas?

    a) Nunca. Até porque não tenho filhos ou parceiro ou parceira fixos.

    b) Há duas horas, like a boss!

    c) Conta se for com uma almofada?

2 – Quantos parceiros ou parceiras tiveste no último ano?

    a) De 1 a 5.

    b) Posso arredondar à casa das dezenas?

    c) Podes definir “parceiro”?

3 – Sexo para ti é…?

    a) Tudo o que cause prazer, da masturbação ao coito. Desde que seja consentido.

    b) Do melhor! Pergunta a quem quiseres.

    c) De certeza que isto é anónimo? Prefiro não responder.

4 – Sexo oral seguro é…?

    a) Com preservativo ou o equivalente feminino.

    b) Com a porta trancada e telemóveis desligados. A mim não me enganam mais.

    c) Algo que gostaria de experimentar. Sempre me saí bem nas provas orais.

5 – O que farias se te fosse diagnosticada uma DST?

    a) Lá teria de ligar a todos os parceiros ou parceiras sexuais que tive nos últimos meses.

    b) Eh, ouve lá, não agoires!

    c) Provavelmente contava à minha mãe, que é a minha melhor amiga.

 

Respostas:

Maioria de a) – Não tenho mais nada para te ensinar. Parabéns! Agora vê lá se não te sobe à cabeça.

Maioria de b) – Espero que saibas que filmes pornográficos não são documentários. Andas a jogar à Roleta Russa com a tua vida e com a dos outros, e espero que não seja preciso um susto valente para te acordar. Os tratamentos modernos são bons mas não são infalíveis.

Maioria de c) – Sabes que DST significa Doença Sexualmente Transmissível, certo? Aconselho-te a lavares a fronha da almofada frequentemente porque tens uma maior probabilidade de apanhar Conjuntivite do que Clamídia.  

01 de Setembro, 2022

No-Holiday September

Inês R.

Eu podia fingir que vos estou a dar uma grande novidade, mas sei perfeitamente que já conhecem de cor todos os feriados jeitosos de 2022 desde janeiro (e, alguns de nós, até os de 2023).

Mas, ainda assim, para os distraídos: este mês não há feriados…

A calamidade!

Os 30 dias passam imediatamente a saber a 60 e damos por nós a prometer celebrar o Coiso da República de mão no peito e… cravo na arma? Ah, que nunca mais é cinco de outubro!

(o exagero aqui é para ter graça, mas tem mais graça porque tem algo de verdade, não?)

Posto isto, quero propor que se arranje um dia de setembro (de preferência um feriado móvel à sexta-feira), sem afiliações políticas ou religiosas, que se comemore com boa comida e ainda melhor companhia e sem troca de prendas absolutamente nenhumas.

Se me arranjarem uma boa ideia, eu trato de pôr a petição a circular.