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Em Letras Pequeninas

Podem tirar a rapariga da farmácia, mas não podem tirar a farmácia da rapariga. Salvo seja…

Em Letras Pequeninas

Podem tirar a rapariga da farmácia, mas não podem tirar a farmácia da rapariga. Salvo seja…

28 de Abril, 2022

Mais Vale Uma Carraça Na Mão…

Inês R.

…que duas pulgas na cama ou a voar ou lá o que é. Mas, ainda assim, era preferível não ter pulgas nem carraças.

Parece que vamos ter um verão rico em bicheza enfastiosa*. Tudo o que é inseto voador, rastejante e sugador de sangue quente está de férias marcadas para o interior de Portugal, e alguns decidiram até vir pela Páscoa, para garantir alojamento local, deduzo eu.

É que eu já apanhei umas quantas carraças – e “apanhei” é a palavra certa, que aqueles raios corriam, literalmente, chão a fora – que sobreviveram ao desparasitante como quem experimentou um perfume novo e pensou “não adorei, mas usava outra vez” e estou a ficar preocupada.

Faz sentido, sim senhor, com a seca que temos tido, que esta seja uma das consequências, mas permitam-me, por favor, que amue um bocadito a pensar na chatice de verão que me espera.

 

*A minha fonte? A minha mãe, que ouviu um senhor a falar na televisão a dizer que ia ser assim

25 de Abril, 2022

Vamos A Um Supônhamos

Inês R.

Sou grande fã de todos os filmes baseados nos romances de Jane Austen. Cheguei até a ver, e a gostar, do filme Orgulho e Preconceito e Zombies. Eu sei…

Agora, se passasse a ser proibido por lei ver qualquer filme que não fosse baseado na obra desta escritora Inglesa, eu seria a primeira a protestar esta clara violação da nossa liberdade.

Ninguém me pode tirar o direito de escolher não ver os 37 filmes da Marvel lançados só no primeiro trimestre deste ano. Aliás, eu faço questão que a minha personalidade seja, orgulhosamente, “nunca viu um único filme da Marvel”.

Agora, imaginem que este tipo de proibições acontecia noutras áreas das nossas vidas e nos impedia de aprender, trabalhar, amar, viver como quiséssemos.

Isso, sim, dava um filme.

Esperem lá…

21 de Abril, 2022

Comédia Física

Inês R.

Se uma fulana mandar um tralho a subir escadas no trabalho e ninguém a vir, será que dói?

Sim. Garanto eu.

Na altura, fiquei tão contente por não ter havido testemunhas que nunca mais me lembrei da queda, mas, na manhã seguinte, não tive como evitar as consequências.

O braço esquerdo mexe, mas devagarinho, e toda eu me sinto moída como se tivesse levado “uma carga de porrada,” como se diz na minha terra.

Não parti nada – para além da pequena fissura no meu ego – e daqui a uns dias estou como nova, mas, até lá, vejo-me obrigada a recordar aquele episódio de cada vez que tiro o soutien, com a elegância de uma idosa de 80 anos de idade e 30 de artrite.  

18 de Abril, 2022

Pardon Monsieur, Do You Speak English?

Inês R.

Ah bon que estou a fazer uma formação de Francês parce que me dá muito jeito pró trabalho, hã?

Sou uma de vários formandos que disse que je comprends melhor que le parle e como ainda não há corretor automático nas chamadas telefónicas, basta-me saber parler comme si comme ça.

E não é que os três anos de Francês que tive no Ciclo Preparatório afinal até vieram dizer bonjour!

Diz quem sabe que é preciso praticar. Pois, então, comecei a ver filmes e séries em Franciú para ajudar à causa e, até agora, ça va muito bien, obrigada – aliás, foi assim que aprendi muito do meu Inglês.

Se bem que recomendo a aplicação Duolingo, onde também me dei très bien, não há nada como aprender com um professor de carne e osso (mesmo em formato digital).

E depois é esperar por Agosto para tirar a prova dos neuf.

14 de Abril, 2022

Era Uma Vez A Páscoa

Inês R.

A primeira vez que questionei a minha religião foi quando soube que o Papa João Paulo II tinha condenado o uso do preservativo numa visita a Africa, numa altura em que o vírus da SIDA devastava o continente.

A segunda foi nas vésperas de uma Páscoa, quando descobri que o jejum pedido durante a Quaresma podia ser evitado a troco de uma oferenda feita à Igreja.

Depois de uma luta pessoal de anos, deixei a religião católica aos 19 e estou em paz com essa decisão desde então.

A moralidade não é exclusiva da religião.

No entanto, vivo numa sociedade maioritariamente católica – incluindo família e amigos – pelo que dou por mim, frequentemente, em igrejas, para casamentos, baptizados e funerais, ou a responder no banco ou no supermercado “obrigada e boa Páscoa para si também”.

Não ando a pregar o “ateísmo;” simplesmente, respeito a fé de todos e apenas peço que respeitem a minha decisão, também.

E como sou grande fã de chocolate, não me importo que venha em forma de coelho ou ovo gigante.

11 de Abril, 2022

O Assunto

Inês R.

O Assunto tem estado nas bocas do povo e, exatamente por isso, vou aqui dar a minha opinião sobre O Assunto – não que me interesse particularmente pel’ O Assunto mas porque acho que me vai trazer alguma visibilidade. O Assunto, digo.

Se for considerado verdadeiramente polémico, vou tentar apresentar todos os lados d´O Assunto para que, no final, ninguém me possa acusar de ser contra ou a favor e, assim, evitar o chamado “cancelamento” das redes sociais.

Já se for suficientemente banal, vou espetar todos os alfinetes possíveis de espetar em todos os argumentos a favor só para despoletar uma enorme “conversa” sobre O Assunto nos comentários do texto – e, talvez até, arranjar um clube de haters que garanta um tráfego constante em todas as minhas publicações.

E, se tiver sorte, ainda consigo incluir uma imagem marcante alusiva a’O Assunto para fazer pandã com o título provocativo que tem, obrigatoriamente, de fazer referência a’ O Assunto e levar o leitor a clicar no texto – com toda a intenção de me contrariar, claro.

Depois irei responder a todas a críticas com uma qualquer versão de “estamos num país livre e isto é só a minha opinião” ou comentários a aludir à exagerada “sensibilidade” das novas gerações.

E aqui está a receita para um blog bem-sucedido.

07 de Abril, 2022

Surpresa!

Inês R.

Os ovos Kinder têm (potencialmente) salmonela!

Eu sou do tempo em que os bolos rei traziam brinde – o que eu sonhava com um daqueles anéis de chiche beque com uma pedra colorida! – e, talvez por isso, não ache particularmente estranha a notícia de que um bem alimentar possa trazer bicheza que não era suposto trazer, mas acho muito bem que se tenha retirado todos os lotes suspeitos do mercado.

Será mesmo a única situação em que é preferível usar o método do “coito interrompido” ao da “pilula do dia seguinte”.

Ainda assim, a uma semana da Páscoa, é um golpe duro para todos os padrinhos e madrinhas deste Portugal que já contavam ter a prenda escolhida prós afilhados.

A minha sugestão? Um cartão com uma nota lá dentro.

Não têm nada que agradecer!

Lotes de chocolate Kinder retirados do mercado português "por precaução" - artigo Sapo 24 AQUI

04 de Abril, 2022

Entre Cinco Minutos e Um Ano

Inês R.

Então, estamos quase no Natal e ninguém me dizia nada?

Escutem, ainda ontem foi janeiro, mas hoje é abril, o que significa que é um saltinho até agosto e depois de agosto vem o quê? Pois é, o Natal.

Mas, ao mesmo tempo, aqueles sessenta minutos antes da hora de saída do trabalho parecem sempre demorar dois anos a passar e envelhecer-me três.

Já as (nunca) oito horas que passo a dormir sabem sempre a pouco e serão o mais parecido que alguma vez teremos com as viagens no tempo fora da ficção científica – a sério, convençam-se disso.

Agora, como é que as duas semanas que faltam para eu ir de férias se andam a arrastar há séculos, mas, assim que as ditas começarem, vão passar tão rápido quanto uma noite de copos que, pelas fotografias, parece ter sido fixe mas, na prática, só me deixaram uma dor de cabeça como lembrança?

Gostava de dizer que é magia, mas, na verdade, é só a inconstância do tempo aliada à curiosa natureza humana que nos “aflige” a todos.

E ainda bem que é assim.