Entre Vizinhos
Uma oliveira, um metro de serventia, ou um rancor antigo, e uma espingarda.
Já ouvimos esta história vezes sem conta e todos sabemos qual o seu desfecho. Mas continuamos sem conseguir compreender como se tira uma vida por um bocado de terra.
E quando esse pedaço de terra é um país soberano do velho continente Europeu, a nossa incredulidade é, naturalmente, muito maior. Principalmente, porque não há a atenuante de derivar da paixão do momento; a invasão de um país vizinho é, indubitavelmente, planeada com antecedência e tem o aval de inúmeras pessoas em posições de autoridade.
E se à morte e destruição juntarmos as incalculáveis repercussões económicas que poderão surgir nas costas de dois longos anos de pandemia, apenas podemos desejar que as coisas corram pelo melhor enquanto nos preparamos para o pior.
Pelos milhões que sofrem na pele as consequências das decisões de alguns não conseguimos fazer muito, para além de lhes abrir as nossas portas e doar a organizações que os apoiam. Não ajudará todos, mas será tudo para muitos.