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Em Letras Pequeninas

Podem tirar a rapariga da farmácia, mas não podem tirar a farmácia da rapariga. Salvo seja…

Em Letras Pequeninas

Podem tirar a rapariga da farmácia, mas não podem tirar a farmácia da rapariga. Salvo seja…

29 de Abril, 2021

Procura-se

Inês R.

A minha Paciência.

Vista pela última vez quando lia uma publicação anti-vacinas, claramente, feita no Paint e toda escrita em maiúsculas.

Perde-se com facilidade – a menos que o assunto seja animais fofinhos, ao vivo ou em formato vídeo – mas, geralmente, regressa a casa ao fim do dia pronta para se perder por conta de mais um disparate qualquer.

Pede-se, a quem a vir, que lhe recorde que há muitas coisas boas no mundo pelas quais vale a pena lutar ou, em último caso, alguém que lhe mostre um vídeo com um panda bebé aos espirros ou com um coelhinho felpudo a comer uma cenoura.

A recompensa será a satisfação de saber que fizeram a coisa certa.

25 de Abril, 2021

Saúde Para Todos

Inês R.

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De entre todos os direitos que conquistámos com a revolução do 25 de Abril, um dos mais fundamentais foi o direito aos cuidados de saúde gratuitos.

Antes da democracia nos trazer o Sistema Nacional de Saúde, morria-se por muito pouco à espera de um médico que quase nada podia fazer com os recursos que não possuía.

Agora, e apesar de todos os problemas que bem lhe conhecemos, temos à disposição da população um sistema de cuidados universais, e tendencialmente gratuitos, que garante que já não se morre de uma infeção curável e que podemos todos esperar viver largos anos depois de completar os cinquenta.

Viva o 25 de Abril!

AQUI podem encontrar um vídeo da RTP Ensina intitulado “Da Democracia Nasceu o Serviço Nacional de Saúde”.

Imagem: By SNS serviço nacional de saude - Own work, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=87917186

22 de Abril, 2021

Se é Natural, Não Faz Mal

Inês R.

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Não fossem os vestígios de gasolina, gesso, ou cimento para mencionar só alguns exemplos e tanto a heroína como a cocaína quase passavam por substâncias naturais. Senão vejamos, uma é extraída das papoilas e a outra das folhas da coca; mais natural que isto é impossível.

Ainda assim, duvido que alguém compare estas drogas pesadas ao seu chazinho de Cidreira, mas, só porque uma substância é natural, não significa que seja inofensiva e, na verdade, até um chá pode ter os seus efeitos adversos.

Com a exceção dos chás vendidos em saquetas doseadas, sempre que se faz um bule são colocadas, a olho, umas quantas folhas secas para fazer a infusão e, se hoje podem ir 5 gramas, amanhã podem ir umas 15, o que torna muito difícil saber a quantidade de substância ativa que se está a consumir em cada toma – isto quando se procura obter algum efeito, terapêutico ou não, como no caso do chá verde ou do hipericão.

E lá vem o conselho do costume: na dúvida é perguntar à malta da bata branca – mas, sim, o motor de busca mais próximo também ajuda.

Imagem: By formulatehealth - https://www.flickr.com/photos/189590028@N07/50191694386/, CC BY 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=94015095

19 de Abril, 2021

Ao Léu

Inês R.

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Maminhas? Nos locais apropriados, com certeza. Dedos dos pés? Se estiver calor, claro. Mas feridas (tirando em situações específicas ou por conselho médico), não!

Seguir a velha máxima de que as feridas “saram mais depressa ao ar livre” talvez funcione bem só mesmo para aqueles arranhões que mal merecem o nome – daqueles que faziam o meu pai dizer, num tom deliberadamente sarcástico: “são capazes de te sair as tripas por aí”.

Mas, sim, uma ferida quer-se tapadinha para não infetar, e uma infeção pode resultar de algo tão simples como umas poeiras no sítio errado à hora errada, por isso, tenham sempre uma caixinha de pensos rápidos à mão.

E para mais dicas sobre como tratar pequenas feridas, espreitem AQUI esta página das Farmácias Portuguesas.

Imagem: By Kurt Kaiser - Own work, CC0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=88223205

15 de Abril, 2021

A Solo

Inês R.

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Toda a gente se masturba com as devidas exceções, que acabam por confirmar a regra e, note-se que, a malta do sexo feminino também é gente.

Não é algo que devamos esconder ou que nos deva envergonhar, não significa que o nosso parceiro ou parceira não nos satisfaz, e também não implica uma viagem só de ida para o inferno.

A satisfação sexual é considerada pelos fulanos da Psicologia como uma necessidade fisiológica básica, a par das de comer, de beber e de dormir, pelo que, regra geral, todos os indivíduos, que não recaiam no espetro da assexualidade, sentem necessidade de estimular os seus órgãos sexuais e/ou zonas erógenas até atingir o orgasmo, de uma forma mais ou menos frequente.

E que melhor maneira de aumentar a sua frequência do que optar pelo método DIY?

Basta alguma privacidade e imaginação para ficarmos a conhecer melhor aquilo que nos excita (ou não), como podemos chegar ao clímax mais efetivamente (e sem muita irritação), se gostamos mais depressa ou devagar, etc.

E depois, como é que os nossos parceiros podem saber aquilo que mais gostamos de fazer na cama ( e quem diz cama, diz sofá ou mesa da cozinha) se não lhes dizemos?

Mais, como podemos partilhar aquilo que desconhecemos?

Por isso, vão e explorem, meus Indiana Jones dos lençóis!

P.S. – Eu sei que pode parecer contraproducente, lavar aquilo que, se tudo correr bem, vamos sujar dali a uns minutos, mas convém mesmo ter as mãos, os objetos, e a área genital limpos antes de proceder ao ato (isolado), para evitar assaduras ou possíveis infeções das partes baixas.

Imagem: By Nenad Stojkovic - https://www.flickr.com/photos/nenadstojkovic/50202556601/, CC BY 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=94844632

12 de Abril, 2021

Feel-Good Monday

Inês R.

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Todos temos os nossos dias menos bons geralmente, às segundas mas há toda uma panóplia de truques que podemos usar para os tornar mais solarengos (e que não envolvem sacrifícios humanos ao deus Grego do sol - props pa todos os meus boys chamados Hélio!)

Plano 1: Comprar aquelas bolachas de chocolate, que não têm sequer uma réstia de valor nutritivo mas que sabem tãaaaaooo bem, e devorar a caixa nos vinte minutos que levamos a ver apenas as melhores cenas do nosso filme preferido.

Plano 2: Telefonar a um familiar ou amigo com quem não falamos há algum tempo (p’ra quem gostar desse tipo de emoções fortes e não tiver uma relação de amor-ódio com o próprio telemóvel). Já um email bem trabalhado também pode ter os seus encantos.

Plano 3: Revisitar uma vitória passada. P’ra mim é reler um texto antigo que eu considero bem conseguido ou os comentários lisonjeiros de estranhos na Internet que não tinham obrigação nenhuma de me fazer ganhar o dia, mas ainda assim o fizeram. E não é para alimentar o ego, mas a vontade de continuar a tentar.

Na prática, qualquer coisa que nos faça lembrar que a vida é, efetivamente, bela (não é que o raio do Italiano tinha razão!) e que nos ajude a melhor suportar os dias chuvosos – seja providenciando um chapéu-de-chuva ou fazendo-nos apreciar uma boa molha.

Imagem: By Martin03451 - Own work, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=49881231

08 de Abril, 2021

Donzela em Perigo

Inês R.

Os gritos podiam ser ouvidos pela vizinha mouca do rés-do-chão. Já os palavrões, felizmente, não se conseguiam distinguir para além do 3º esquerdo.

Passavam uns minutos das nove da noite quando a Rita se apercebeu que não tinha um único par de calças lavado e que, sim, teria de ir de saia para o trabalho.

A gilete, que habitava o bidé há vários meses, estava suficientemente ferrugenta para ser posta de lado – assim como o respetivo banho de sangue que se adivinhava trazer – e o creme depilatório tinha passado de validade algures no início da década anterior. Restava, apenas, a velhinha máquina que, ligada à tomada, ainda cumpria as suas funções de instrumento de tortura medieval dos tempos modernos.

Se as bandas de cera precisam de uma boa dose de coragem a cada puxadela, estes aparelhinhos, que praticamente arrancam pelo-a-pelo, parecem ter sido desenhados com o único propósito de quebrar os seus utilizadores e levá-los a confessar até aquilo que não fizeram.

Depois de meia perna depilada, a Rita estava mais que preparada para atirar a metafórica toalha ao chão.

A decisão de pôr um fim ao seu martírio e levar antes umas meias-calças opacas (que podiam ou não ter uns fios puxados desde a Primeira Comunhão da prima mais nova do lado da mãe) foi a melhor que tomou desde que se despediu do último emprego e só pecou por tardia.

E, assim com’ assim, talvez os vizinhos a imaginassem a ter uma louca noite amor ao invés da solitária sessão de tortura auto-infligida que teria, sem dúvida, traumatizado o gato que ela não tinha.

05 de Abril, 2021

E o Arguido Grunhiu

Inês R.

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Ah, a Idade Média. Esse looooongo período da nossa história que preferíamos esquecer. Havia sérios problemas de pulgas, não se apanhava wifi em lado, absolutamente, nenhum e animais eram levados a tribunal e julgados como criminosos.

Por aquelas alturas, os animais domésticos andavam livremente pelas casas, pelo que, não será de espantar que acontecessem acidentes graves, ou mesmo fatais, com os de maior porte. Era assim, por exemplo, que um porco podia acabar “sentado” no banco dos réus pelo crime de se ter tombado para cima de alguém (talvez com um quinto do seu tamanho…). Já nos julgamentos coletivos de ratazanas, deduzo que fosse mais difícil conseguir notificá-las a todas para comparecer em tribunal, mas não para conseguir o veredicto de culpadas.

Faz sentido, portanto, que as mesmas cabeças que imaginavam intenção assassina nas ações de um cavalo, acreditassem que as doenças eram castigo divino e que a morte de um bebé - criatura inocente que ainda não teve oportunidade de pecar - só podia ser punição pelos pecados de outrem - provavelmente, os do marido da prima em segundo grau que era ladrão de galinhas.

Ainda assim, é compreensível que, tendo em conta tudo o que desconheciam, fossem estas as soluções encontradas para responder aos problemas que afetavam a sociedade da altura.

Mas, e, hoje em dia, qual é a nossa desculpa?

Imagem: Trial of a Sow and Pigs at Lavegny by Unknown author - The book of days: a miscellany of popular antiquities, Public Domain, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=19141170

01 de Abril, 2021

Amarelo Micose

Inês R.

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Não será o tom ideal para pintar as paredes do quarto (talvez as da sala com a lareira que “defuma” mal) mas todos o reconhecemos como prenúncio de uma chatice de morte.

A maioria dos afetados prefere mesmo ignorar o amarelar das unhas, durante meses a fio, e há até quem opte por pintá-las durante os meses de Verão na esperança vã de que o problema desapareça lá para Outubro.

Mas, quando o assunto é uma onicomicose, quanto mais depressa começarmos a tratar a infeção, menos tempo teremos de dedicar à causa. E todos concordarão que há causas melhores às quais dedicar três a doze meses da nossa vida – eu aceitaria receber de presente três cachorrinhos por treinar num quinto andar sem elevador antes de escolher uma micose das unhas para tratar.

E, não, não estou a exagerar só para assustar a malta, contudo, se estão, neste momento, a ler isto e a pensar que nenhum dos muitos tratamentos que fizeram durou tanto tempo, são a prova viva de que poucas pessoas seguem o dito até ao fim.

O meu conselho? Que falem com o vosso médico ou farmacêutico (é cliché porque é verdade) e, caso necessário, iniciem o tratamento o mais rapidamente possível, seja com medicamentos sujeitos ou não sujeitos a receita médica – há uma panóplia deles à vossa disposição, desde que não haja contra-indicações que vos impeça de os utilizar (veem como o médico e o farmacêutico dão jeito?).

Depois é respirar fundo, ganhar coragem, e marcar encontro com as unhas dos pés uma ou duas vezes por semana durante nunca menos de três meses.

E boa sorte!

Link para a página das Farmácias Portuguesas sobre Fungos nas Unhas, aqui.

Imagem: By The original uploader was Lorenz kerscher at English Wikipedia. - Transferred from en.wikipedia to Commons., CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1920056